Paulo de Tarso Lyra
Bras�lia – Com a proximidade do fim do ano e a chegada de 2014, quando ocorrer�o as elei��es presidenciais, os tr�s principais candidatos ao Pal�cio do Planalto – a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador A�cio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – come�am a definir o staff de conselheiros que ajudar�o a elaborar o programa e as medidas a serem apresentadas nas campanhas.
O senador tucano prepara para amanh� a apresenta��o de um dec�logo com quest�es que pretende discutir ao longo da campanha eleitoral. Ele diz que n�o se trata do programa de governo que ser� elaborado a partir de junho, mas t�picos que pretende discutir com a sociedade. “Queremos mostrar os problemas que o governo do PT est� provocando ao pa�s em quest�es como economia, sa�de, educa��o, infraestrutura”, cita.
A�cio sempre tem debatido a quest�o das privatiza��es de rodovias, ferrovias e aeroportos, al�m do leil�o de concess�o do Campo de Libra (pr�-sal). Um dos coordenadores pol�ticos do PSDB, o deputado Bruno Ara�jo (PE) afirma que o atual governo n�o tem o que apresentar ao eleitor. “O governo Get�lio Vargas foi marcado pela cria��o da Consolida��o das Leis Trabalhistas (CLT); Juscelino Kubitschek construiu Bras�lia e a ind�stria automotiva; Fernando Henrique trouxe a estabilidade econ�mica, Lula ampliou a rede de prote��o social. E Dilma?”, questiona ele. Respons�vel pela elabora��o do programa social do PSDB, o deputado Eduardo Barbosa (MG) lembra que foi o partido que lan�ou as sementes para o Bolsa-fam�lia. “� injusti�a afirmar que nosso partido foi respons�vel apenas pela estabilidade econ�mica”, diz.
ex-ministros Eduardo Campos ampliou seu grupo de conselheiros com a alian�a firmada com a ex-senadora Marina Silva. Interlocutores do governador pernambucano lembram que ele tem a principal caracter�stica de ouvir muitas pessoas, mas de puxar para si a responsabilidade de tomar a decis�o final. Por�m, com a proximidade das elei��es, esse c�rculo de conselheiros tem sido ampliado. O que chama a aten��o � a quantidade de ex-ministros do primeiro mandato de Lula.
A pr�pria dupla Eduardo Campos-Marina Silva foi da equipe ministerial de Lula, respectivamente, das pastas de Ci�ncia e Tecnologia e do Meio Ambiente. Al�m deles, o presidente do PSB trouxe para seu c�rculo pr�ximo o ex-ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Luiz Fernando Furlan; da Defesa, Jos� Viegas; da Sa�de, Jos� Gomes Tempor�o; da Agricultura, Roberto Rodrigues; e da Ci�ncia e Tecnologia, S�rgio Rezende. “S�o todos amigos de Eduardo, que est�o contribuindo para que ele amplifique a sua vis�o de Brasil”, explicou um fiel escudeiro do presidenci�vel do PSB.
Rodrigues, por exemplo, organizou um encontro de Campos com representantes do agroneg�cio h� duas semanas, em S�o Paulo. Segundo eles, no encontro, Campos afirmou que estava muito feliz por trazer Marina para a alian�a. “� muito melhor t�-la ao meu lado, como vice”, defendeu, lembrando que, durante o debate sobre a libera��o dos transg�nicos, ele convenceu Marina, ent�o titular do Meio Ambiente, a abandonar uma postura mais radical e negociar com os produtores rurais.
Reelei��o Dilma Rousseff pode dar-se ao luxo de adiar esse debate, pois seu grande trunfo e coringa � o ex-presidente Lula ao seu lado. Por enquanto, concentra-se no governo e, por tabela, recebe informa��es das diversas pastas para municiar o debate eleitoral. Fez uma reuni�o ministerial no feriado de finados, em 2 de novembro. Promover� outras para debater obras da Copa do Mundo, infraestrutura e, especificamente, concess�es. Dilma tamb�m aguarda a defini��o pelo lado do PT de quem ser�o os interlocutores do partido na campanha presidencial.
Com a reelei��o de Rui Falc�o para a presid�ncia do partido, as coisas ficaram mais claras. No minist�rio, � preciso decidir quem entra na vaga dos titulares que v�o se desincompatibilizar para disputar as elei��es do ano que vem. “Al�m do Lula, s� quem est� pensando integralmente em elei��es � o ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, escalado para discutir alian�as estaduais”, disse um aliado da presidente.
Mercadante n�o sabe ainda se mudar� de pasta ou se assumir� o cargo de coordenador da campanha de Dilma. Surge ainda como alternativa o nome do ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo. Considerado mais h�bil que Mercadante, ele poder� funcionar melhor, na avalia��o de aliados da presidente, na dif�cil tarefa de negociar palanques estaduais.
Os conselheiros dos candidatos
» A�cio Neves
Economia: Arm�nio Fraga, Edmar Bacha
Pol�tica: senadores C�ssio Cunha Lima (PB) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) e os deputados Bruno Ara�jo (PE), Mendes Thames (SP), Marcus Pestana (MG) e Carlos Sampaio (SP).
Social: deputados Marcus Pestana (MG), Eduardo Barbosa (MG) e a ex-deputada Rita Camata (ES)
Internacional: embaixador Rubens Antonio Barbosa e S�rgio Amaral
Ambiental: Jos� Carlos Carvalho e Daniel Coelho, ex-candidato do PSDB � prefeitura do Recife
Ind�stria: Robson Andrade e Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI)
» Eduardo Campos/Marina Silva
Economia: T�nia Bacelar, S�rgio Buarque, Andr� Lara Rezende, Eduardo Gianetti da Fonseca
Internacional: Jos� Viegas
Agroneg�cio: Roberto Rodrigues
Com�rcio exterior e ind�stria: Luiz Fernando Furlan
Sa�de: Jos� Gomes Tempor�o
Pol�tica: Fernando Bezerra Coelho
Ci�ncia e Tecnologia: S�rgio Rezende
» Dilma Rousseff*
Pol�tica: Luiz In�cio Lula da Silva
Economia: Guido Mantega, Luciano Coutinho, Fernando Pimentel
Internacional: Marco Aur�lio Garcia e Luiz Alberto Figueiredo
Coordena��o de campanha: Aloizio Mercadante ou Paulo Bernardo
* A presidente ainda espera a escolha dos interlocutores pelo lado do PT