A Comiss�o da Verdade da C�mara Municipal de S�o Paulo anunciou nesta ter�a-feira que pedir� ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e � Presid�ncia da Rep�blica que retifiquem a causa da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. A vers�o oficial aponta que JK foi v�tima de um acidente de carro na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976. Os vereadores acreditam que Juscelino tenha sido assassinado em uma conspira��o articulada pelo general Jo�o Figueiredo, ent�o chefe do Servi�o Nacional de Intelig�ncia (SNI).
Perito
Em depoimento que consta do relat�rio, o perito criminal Alberto Carlos de Minas declarou ter visto um furo no cr�nio do motorista com “caracter�stica de buraco provocado por proj�til de arma de fogo”. Na ocasi�o, segundo o perito, as autoridades de Minas teriam proibido que ele fotografasse o cr�nio, alegando que ele estaria “esfacelado”.
Antigo secret�rio particular do ex-presidente, Serafim Melo Jardim tamb�m foi ouvido e afirmou � comiss�o ter certeza de que JK vinha sendo vigiado. “Eu acompanhei o presidente desde que voltou do ex�lio. Sempre que viaj�vamos ele dizia: ‘Est�o querendo me matar’.”
Serafim disse aos vereadores que os telefones de pessoas ligadas ao ex-presidente estavam grampeados em 1976 e, por isso, agentes do governo militar que o vigiavam n�o teriam dificuldade para saber com anteced�ncia sobre a viagem pela Dutra.
Na ocasi�o de sua morte, Juscelino se articulava para disputar a Presid�ncia quando o Pa�s retornasse � democracia. Seus movimentos eram motivo de preocupa��o para os agentes da Opera��o Condor, alian�a pol�tico-militar entre as ditaduras do Brasil, Argentina, Chile, Bol�via, Paraguai e Uruguai. “Essa � a verdadeira hist�ria do Pa�s e precisa ser levada a cada brasileiro”, disse Natalini.
Depoimentos. O presidente da Comiss�o da Verdade de S�o Paulo acredita que o orif�cio encontrado por um perito no cr�nio do motorista de JK � a prova mais contundente do relat�rio. “Havia fragmento de metal dentro do cr�nio”, diz.
O grupo tamb�m ouviu testemunhas do acidente, como o motorista aposentado Ademar Jahn. Ele afirmou em depoimento que viu o motorista do ve�culo de JK, um Chevrolet Opala, desacordado e com a cabe�a ca�da entre o volante e a porta antes da colis�o.