(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Parlamentares se apressam para aprovar emendas ao Or�amento de 2014

A cena se repete todo fim de ano com deputados e senadores varando madrugadas para apresentar emendas ao or�amento


postado em 15/12/2013 09:50

Minha emenda, minha vida. O bord�o, tomado emprestado de um programa do governo federal, pode ser usado para traduzir o clima de guerra que toma conta do Congresso todo fim de ano e leva deputados e senadores a varar madrugadas para defender suas emendas ao Or�amento da Uni�o - algumas vezes at� com risco de briga corporal. A press�o por conseguir a libera��o das emendas � t�o grande que, por amea�a de retalia��o no Congresso, eles conseguiram fazer a presidente Dilma Rousseff recuar da decis�o de vetar a exig�ncia aprovada por eles de pagamento autom�tico das emendas - o Or�amento Impositivo.

Cada congressista pode apresentar at� 25 emendas, num teto global de R$ 14,68 milh�es. � com o varejo das emendas espalhadas nos mais de 5,5 mil munic�pios que parlamentares negociam com prefeitos o apoio necess�rio � reelei��o. Funciona assim: o prefeito pede dinheiro do Or�amento para uma obra e o parlamentar faz a emenda e a entrega at� o fim de novembro na Comiss�o do Or�amento.

A� come�a uma das fases mais dif�ceis e tensas para os autores das emendas, que � a de garantir que sejam incorporadas � Lei Or�ament�ria para o ano seguinte. Nesse per�odo muitas vezes o parlamentar se muda para a sala onde funciona a Comiss�o do Or�amento. L�, s�o comuns os conflitos com o relator e os sub-relatores do Or�amento, que �s vezes se “esquecem” de incluir a emenda no relat�rio, ou at� mesmo a rejeitam. Quando a emenda entra no texto da lei e o Or�amento �, enfim, aprovado, o parlamentar comemora sua primeira vit�ria.

No ano seguinte a luta � pela libera��o do dinheiro. E, quando a verba finalmente sai e a obra � inaugurada, o prefeito que encomendou a emenda se encarrega de arrumar cabos eleitorais que saem � cata de votos para o congressista. O prefeito que consegue 500 votos numa cidade pequena tem a garantia de apoio para novos projetos na cidade. E, claro, tamb�m se credencia para um novo mandato, visto que as obras d�o visibilidade a sua gest�o e ao deputado por ele apoiado.

Retorno


“Alguns munic�pios s�o t�o pobres que se n�o fossem as emendas parlamentares eles n�o teriam condi��o de tocar nenhuma obra”, diz o deputado Gonzaga Patriota (PSB), que costuma diluir suas emendas Pernambuco afora, principalmente para a regi�o de Petrolina. “Eu concentro minhas emendas na sa�de, em melhorias urbanas e na distribui��o de �gua.” Ele admite que as emendas retornam na forma de votos. “� claro que o eleitor sabe quem � que o ajuda.”

A libera��o do dinheiro das emendas, por�m, n�o � autom�tica. O governo costuma segur�-lo como forma de garantir a fidelidade do voto dos parlamentares a projetos de interesse do Planalto. O estresse entre a base aliada no Congresso e a presidente Dilma chegou a tal ponto por causa dessa disputa que o presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), liderou movimento pela aprova��o de emenda constitucional que torna obrigat�ria a libera��o do dinheiro para parte das emendas.

Tal iniciativa rendeu a Alves tanto apoio entre os colegas que ele j� considera garantida a reelei��o na Casa em 2015. E quando Dilma amea�ou n�o liberar o dinheiro das emendas do Or�amento impositivo, Alves se rebelou: “� preciso acabar com esse toma l� d� c� que amesquinha o Congresso.”

Quando o governo se recusa a liberar o dinheiro, � uma frustra��o. “A gente se compromete com a obra, com o prefeito, e a� o governo n�o libera o dinheiro. Isso causa uma profunda tristeza na gente”, diz o deputado Costa Ferreira (PSC-MA). Para o deputado, a aprova��o do Or�amento impositivo vai dar autonomia � C�mara. Segundo Ferreira, a presidente retalia quem nas vota��es � infiel ao Planalto. “A Dilma castiga sem d�. Se em dez vota��es em dou um voto contra, de R$ 3 milh�es em emendas ela retira R$ 1 milh�o.” Ele diz que as emendas rendem votos. “O prefeito cita o nome da gente como autor das emendas para a obra. O eleitor gosta.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)