Bras�lia – Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter avisado que aceita negociar com o Congresso e que n�o vetar� o Or�amento impositivo – que obriga o governo a pagar as emendas individuais – na Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO), o Planalto n�o tem garantias de que conseguir� votar o Or�amento de 2014 antes do Natal. O acordo para aprecia��o da mat�ria na Comiss�o Mista est� fechado – o relat�rio final ser� votado nesta ter�a de manh�. A princ�pio, o documento que definir� os recursos que Dilma ter� para investir no ano eleitoral estar� pronto para ser analisado em sess�o conjunta do Congresso nesta ter�a-feira � noite. Apenas a princ�pio. Entre a sess�o na Comiss�o Mista e no plen�rio, os l�deres partid�rios marcaram uma s�rie de reuni�es com as respectivas bancadas para definir os rumos a serem seguidos.
“Ser� a primeira vez que vamos comunicar, oficialmente, aos deputados, a proposta de acordo feita pelo Pal�cio do Planalto”, disse o l�der do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha (RJ). O acordo foi acertado pela ministra da Secretaria de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, com o presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), no in�cio da noite de quinta-feira. Por ele, Dilma se compromete a n�o vetar o dispositivo, inserido na LDO, garantindo a implanta��o do Or�amento impositivo j� em 2014. Em contrapartida, deputados e senadores votariam o Or�amento antes do fim do ano, garantindo recursos para a presidente aplicar em obras importantes, como as inclu�das no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).
Dilma tem at� 26 de dezembro para definir quais ser�o os vetos � LDO. Ressabiados, alguns deputados admitem press�es de bancadas para esticar a corda na vota��o or�ament�ria � espera da certeza sobre se a presidente, de fato, n�o vetar� o dispositivo do Or�amento impositivo. “Por conta das recentes quebras de promessas na rela��o entre o Congresso e o Planalto, existem sim, deputados dispostos a fazer uma opera��o-padr�o”, confirmou um parlamentar com bom tr�nsito na Casa.
Uma dessas quebras de promessas, queixam-se os parlamentares, ocorreu na semana passada. Durante reuni�o com l�deres do PMDB, do PT e do PP, Ideli avisou que o governo s� pagar� R$ 10 milh�es dos R$ 12 milh�es previstos em emendas individuais. A rebeli�o come�ou e, ao longo da semana, foram concretas as chances de o Or�amento n�o ser votado ainda esse ano. Ideli protestou. “Eu fiz as contas direitinho com eles, mostrei o que era poss�vel e o que n�o era. Insistir nesse assunto � esticar demais a corda”, reclamou ela, ap�s reuni�o com todos os integrantes da base aliada na quarta-feira.