O desembargador Jos� Renato Nalini, novo presidente do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo, deu o primeiro passo para o fim da papelada na rotina da Corte. Na sexta-feira, 3, ele decretou o uso exclusivo da comunica��o eletr�nica - inclusive para cumprimentos e convites de qualquer sorte. At� os cart�es de Natal e de anivers�rio est�o vetados no papel. “Chega de cart�es e envelopes”, disse Nalini, que considera o Judici�rio o “mais antiecol�gico dos Poderes”.
Al�m da economia que a medida propicia, servidores que se dedicavam � tarefa de produzir cart�es pessoais agora poder�o sair do desvio de fun��o para cuidar da atividade fim do Judici�rio, ou, na defini��o de Nalini, “produzir decis�es para resolver os conflitos humanos”.
O or�amento da Corte � de R$ 6,8 bilh�es para 2014. Desse montante, R$ 6,5 bilh�es s�o destinados � folha de vencimentos dos magistrados e dos servidores. Sem contar as gratifica��es e o impacto das 4 mil nomea��es feitas no ano passado. “S� posso economizar nas pequenas coisas”, observa Nalini. Durante uma primeira reuni�o com os ju�zes assessores e, depois, reunido com os secret�rios, Nalini disse que o Judici�rio gasta muito papel.
Para dar o exemplo, o magistrado vetou convite escrito at� para sua posse solene, na Sala S�o Paulo, no dia 3 de fevereiro. “Proibi envelopes internos, imprimir of�cios, mandar cart�es de felicita��es. Agora � tudo por e-mail. � preciso levar a s�rio a informatiza��o, que est� adiantada e � irrevers�vel. Parece pouco, mas, se economizarmos nas pequenas coisas, vamos ter como custear as grandes demandas. Por isso a import�ncia da digitaliza��o dos processos, gradualmente, sem ferir interesse nenhum.”
Outras medidas
Na semana passada, Nalini provocou pol�mica no meio jur�dico ao defender que parte dos servidores do tribunal poder�, em sua gest�o, vir a trabalhar em casa durante dois dos cinco dias �teis da semana. Ele argumentou, para defender o sistema de home office, que a mudan�a poderia levar maior produtividade ao TJ.
Em sua posse, o novo presidente do tribunal descartou o gasto de R$ 1 bilh�o em um edif�cio no centro de S�o Paulo para centralizar os gabinetes dos desembargadores, respons�veis por julgamentos de segunda inst�ncia. “Nem por sonho”, afirmou Nalini.