
O assessor jur�dico da AMM, Everton Nery, observou que, com os dados, o golpista pode extorquir dinheiro da prefeitura. “A pessoa tem a senha, quando sai um dinheiro de algum conv�nio, por exemplo, ela cobra uma porcentagem alegando que foi a respons�vel pela libera��o”, ressaltou. Al�m de ter todos os dados dos conv�nios, Everton observou que a pessoa pode alterar os projetos e que informa��es que deveriam ser sigilosas tornam-se p�blicas. Segundo ele, o golpe n�o � novo e j� houve caso de um munic�pio, “h� uns dois anos”, que caiu na armadilha.
Uma prefeitura que n�o quis se identificar, localizada no Vale do Rio Doce, informou que recebeu a liga��o em 20 de dezembro. Telefonaram dizendo que era de uma associa��o ligada � AMM e pediram a senha do Sistema de Gest�o de Conv�nios e Contratos de Repasse (Siconv), que � a ferramenta que re�ne e processa informa��es sobre as transfer�ncias de recursos do governo federal. O chefe de gabinete que atendeu o telefone achou estranho e ligou para a AMM. A entidade informou que outras prefeituras da regi�o est�o sendo alvo do golpe. De acordo com a associa��o, at� o momento, nenhuma chegou a informar a senha para o fraudador.
A AMM alertou que o Departamento de Capta��o de Recursos sempre informa, a todos os munic�pios, quando um edital est� com prazo de sele��o aberta. “Mesmo que os recursos estivessem dispon�veis, as senhas de responsabilidade dos munic�pios nunca devem ser fornecidas a terceiros, especialmente a pessoas estranhas � administra��o. O acesso aos dados da prefeitura pode causar in�meros preju�zos ao munic�pio e at� mesmo ao gestor”, ressaltou a entidade.
Pelo pa�s
As prefeituras mineiras n�o s�o as �nicas amea�adas. H� diversos casos recentes de tentativas de golpe em munic�pios brasileiros. De acordo com informa��es da Federa��o das Associa��es de Munic�pios do Rio Grande do Sul (Farmus), as prefeituras do estado est�o recebendo uma liga��o de uma pessoa que diz ser de uma vara federal de Bras�lia e informa ao munic�pio que ele tem que pagar uma d�vida para evitar o bloqueio imediato das suas contas. Em seguida s�o enviados n�meros de contatos que dizem se tratar da Ouvidoria do Banco Central e das pr�prias varas federais.
Em 2011, a Prefeitura de Paranava�, no Paran�, foi v�tima de um golpe parecido que tamb�m usava o nome do Banco Central. O munic�pio depositou quase R$ 10 mil na conta de um desconhecido para pagar uma d�vida que nunca existiu. No fim do ano passado, pelo menos 15 prefeitos do Rio Grande do Norte sofreram tentativas de extors�o.
A pessoa se passa por membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e contacta os prefeitos pedindo que efetuem dep�sitos em nome de terceiros. O golpista conta a hist�ria de que uma crian�a com leucemia est� precisando de um medicamento espec�fico, de valor alto. E que j� conseguiu tr�s unidades do produto. Pede que o prefeito d� a quarta. Tamb�m usa de nomes de pessoas influentes na pol�tica para tentar convenc�-lo. E ainda d� detalhes da regi�o e cita, inclusive, pessoas que residem na cidade. Em Alagoas, os golpistas amea�am o bloqueio de recursos do Fundo de Participa��o dos Munic�pios (FPM) caso o munic�pio n�o efetue o pagamento de contas atrasadas relativas ao servi�o de telefonia.