Bras�lia - Insatisfeitos com os rumos da anunciada reforma ministerial e sem acordo para as disputas nos Estados, dirigentes do PMDB v�o pedir socorro ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para tentar apaziguar a rela��o com a presidente Dilma Rousseff. O clima de tens�o entre o principal parceiro do PT na coaliz�o ser� escancarado na noite desta quarta-feira, 15, em reuni�o do vice-presidente Michel Temer com a c�pula do PMDB em Bras�lia.
Lula est� em f�rias, mas retornar� �s atividades no fim do m�s. Para uma ala do PMDB, somente o ex-presidente - articulador pol�tico da campanha da reelei��o de Dilma - pode ajudar a solucionar o conflito.
Respons�vel pelas obras de transposi��o do Rio S�o Francisco, a Integra��o � uma das pastas mais cobi�adas da Esplanada, com previs�o de or�amento de R$ 8,5 bilh�es. Com cinco minist�rios sob o seu comando (Minas e Energia, Previd�ncia, Agricultura, Avia��o Civil e Turismo), o PMDB insiste em desbancar “a turma dos irm�os Gomes” - Ciro e Cid - da Integra��o para dar a vaga ao senador Vital do R�go (PMDB-PB) na reforma do primeiro escal�o.
Apesar de n�o ter batido o martelo sobre o destino desse minist�rio, Dilma avisou a Temer que precisar� abrigar novos aliados no governo, como o PROS, o PTB e o PSD do ex-prefeito de S�o Paulo Gilberto Kassab. Na contabilidade da presidente, a empresa Transpetro - subsidi�ria da Petrobr�s que � controlada pelo PMDB - entra na cota dos minist�rios, tamanho o seu poder de influ�ncia.
‘Tenso’
“Est� tudo muito tenso e vamos tentar manter o partido unido”, afirmou o presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Com a frustra��o na seara do PMDB, crescem as press�es para que a legenda antecipe de junho para abril a data da conven��o que decidir� a alian�a presidencial. Circulam rumores de que, se a conven��o for antecipada, os defensores do rompimento com o governo Dilma poder�o ganhar espa�o.
“� muita ingenuidade achar que o PMDB vai romper com a presidente Dilma por causa de cargos”, afirmou o l�der do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha (RJ). “O que n�s queremos � chegar a um acordo porque ou o partido � reconhecido do tamanho que tem ou n�o precisa ter nada no governo.” A crise se reflete na montagem dos palanques nos Estados, o que, no diagn�stico dos peemedebistas, prejudica a campanha de Dilma.
At� hoje h� problemas de conviv�ncia entre o PT e o PMDB em S�o Paulo, no Rio, Cear�, Pernambuco, Para�ba, Maranh�o, Rond�nia, Rio Grande do Sul, Paran� e Mato Grosso do Sul. Ap�s o encontro com Dilma, Temer se reuniu com Cunha, Vital do R�go, com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, e com o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Na reuni�o Castro confirmou a candidatura ao governo do Piau�, outro Estado onde o PMDB enfrentar� o PT.
Na conversa, Temer disse que sempre conseguiu conter as rebeli�es em seu partido, acenando com a possibilidade de aumentar o espa�o da sigla na Esplanada, mas n�o escondeu o des�nimo com a atual situa��o. � diante desse cen�rio que dirigentes do PMDB pretendem pedir a interven��o de Lula.
Nos bastidores, peemedebistas n�o se conformam de serem preteridos por um apadrinhado de Cid e Ciro e lembram que o PROS, nova sigla dos irm�os Gomes, tem s� um senador. Quando era ministro da Integra��o, Ciro, hoje secret�rio da Sa�de do Cear�, definiu o PMDB como um “ajuntamento de ladr�es”.