S�o Paulo- Foram 11 derrotas do governo em 37 vota��es na C�mara dos Deputados no segundo semestre de 2013. Nunca a presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu tanto em t�o pouco tempo. Ela sofrera s� 3 derrotas ao longo de todo ano de 2011, 5 em 2012 e outras 5 no primeiro semestre do ano passado. O surto de derrotas sucedeu os protestos de rua que derrubaram a popularidade presidencial.
Como o governo tem maioria te�rica no Congresso, as derrotas s� podem ser impingidas por seus aliados. Nessas 11 derrotas, os partidos da base de apoio a Dilma que mais tra�ram a presidente foram PSD e PSB, mas n�o s� eles. Ao racharem, os peemedebistas tamb�m atrapalharam bastante. Al�m disso, o PMDB det�m a presid�ncia da C�mara e determina o que e quando ser� votado.
Os aliados ma non troppo morderam com precis�o de vampiro, s� em vota��es-chave, e assopraram nas demais, apoiando o governo maci�amente nas outras mat�rias. Como resultado, a taxa de apoio ao governo aumentou no segundo semestre, apesar das derrotas. A m�dia de apoio na C�mara foi de 81% dos votos entre julho e dezembro, contra 72% nos semestre anterior.
Tome-se o caso do PSD. O partido de Gilberto Kassab foi o primeiro a anunciar publicamente apoio � reelei��o de Dilma. Mas, na C�mara, o PSD agiu como se fosse de oposi��o. O l�der do partido recomendou que sua bancada votasse contra o governo em 8 das 11 derrotas de Dilma no segundo semestre. S� para comparar, o PSDB fez isso em 9 das 11 vota��es.
A lideran�a do PSD foi na contram�o do governo, por exemplo, na aprecia��o das propostas de extin��o da multa sobre o FGTS a ser paga pelos empregadores em caso de demiss�o, na cria��o do programa Mais M�dicos e no apoio da proibi��o de o BNDES conceder empr�stimos subsidiados em fus�es ou aquisi��es de empresas.
Tamb�m bateu de frente nas vota��es da d�vida dos munic�pios e dos royalties do petr�leo.
O PSB fez o discurso oposto - anunciou sua sa�da do governo, por causa da candidatura presidencial de seu chefe, Eduardo Campos, e cumpriu a promessa. De uma taxa de governismo de 94% em 2011, o PSB caiu para 88% em 2012 e para 77% em 2013. Foi o �nico grande partido que teve taxa de governismo menor no segundo semestre (74%) do que no primeiro (79%). E j� anunciou que vai radicalizar a tend�ncia em 2014.
SENADO
A situa��o no Senado � similar, apesar de mais confort�vel. O n�mero de derrotas pulou de tr�s no primeiro semestre de 2013 para dez no segundo - e todos os partidos governistas votaram contra o governo em algum momento. O n�cleo duro, por�m, continua o mesmo de 2011, com 25 senadores.
Para o professor da FGV-SP Cl�udio Couto, o “desgaste” na rela��o de Dilma com os aliados explicam parte das derrotas. “Quando fica claro que a conduta ruim do governo n�o vai se alterar, as pessoas votam contra.” Humberto Dantas, do Insper, concorda. “As derrotas mostram que � not�rio que temos um governo que n�o sabe negociar e que envolve pouco o Legislativo nas decis�es.”