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Estado de Minas

Estrat�gia do governo � evitar p�nico durante a Copa

A preocupa��o do Planalto tem rastros nas manifesta��es de junho, que derrubaram a aprova��o do governo da presidente Dilma Rousseff


postado em 28/01/2014 06:00 / atualizado em 28/01/2014 07:41

Bras�lia – Os protestos que marcaram a realiza��o da Copa das Confedera��es no Brasil, em junho do ano passado, deram sinais de que v�o continuar no Mundial de 2014. A not�cia de que mil manifestantes fecharam os dois sentidos de Avenida Paulista, em S�o Paulo, foi suficiente para causar transtorno ao paulistano, mas n�o preocupa a Federa��o Internacional de Futebol (Fifa), que descarta adiar ou cancelar a disputa no Brasil por conta do movimento N�o Vai Ter Copa. Oficialmente, o clima de calmaria tamb�m reina no Pal�cio do Planalto. No entanto, embora negue que tenha marcado reuni�o de urg�ncia com ministros envolvidos nos preparativos para o Mundial de futebol, o governo est� atento aos movimentos sociais e tem sido cauteloso.

A preocupa��o do Planalto tem rastros nas manifesta��es de junho, que derrubaram a aprova��o do governo da presidente Dilma Rousseff, com vaias no est�dio e protestos nas ruas. No in�cio do m�s, escaldada pelo desgaste do ano passado, a presidente pediu ao ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, que fizesse o poss�vel para garantir seguran�a m�xima.

Organizada pelas redes sociais, o movimento contra a Copa foi refor�ado em outras cidades brasileiras com o principal argumento de que os investimentos no torneio prejudicam os gastos com sa�de e educa��o no Brasil. Cartazes como “Queremos hospitais e escolas no padr�o Fifa” voltaram �s ruas. Com o temor de que esse movimento ganhe grandes propor��es, o governo ainda tra�a uma estrat�gia. A principal proposta � compartilhar a seguran�a do pa�s entre o Minist�rio da Justi�a e o da Defesa, como ocorreu na Jornada Mundial da Juventude e na Copa das Confedera��es.

Apesar da movimenta��o, a Fifa e o Comit� Organizador Local (COL) se mostram confiantes. Em nota, as entidades afirmaram que respeitam a liberdade de express�o e o direito de manifestar-se de forma pac�fica e condenam todas as formas de viol�ncia. “Temos total confian�a nas medidas de seguran�a implementadas pelas autoridades brasileiras para torcedores, delega��es e imprensa”, destacou.

A opini�o � a mesma defendida pela diretora de Comunica��o e Rela��es P�blicas da Fifa, Delia Fischer. “Estamos confiantes que o conceito aplicado no Brasil durante a Copa das Confedera��es vai garantir a seguran�a do p�blico, de delega��es e da m�dia”, afirmou Fischer, em Zurique. O comunicado distribu�do pela entidade � imprensa brasileira reflete a opini�o do presidente Joseph Blatter quanto �s manifesta��es no Brasil. Em entrevista pol�mica e recente ao di�rio su��o 24 Heures, Blatter destacou n�o acreditar que os movimentos contr�rios � Copa possam paralisar o torneio. “O futebol est� protegido. Acho que os brasileiros n�o atacam diretamente o esporte que, para eles, � uma religi�o”, ressaltou. Durante a Copa das Confedera��es, competi��o realizada sob protestos no pa�s, Blatter deixou o Brasil rumo � Turquia para acompanhar a abertura do Mundial Sub-20.

Palavra de especialista

� preciso convencer


Alba Zaluar, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, especialista em antropologia urbana
Os protestos, muitas vezes, se tornam maiores devido aos seus desdobramentos. O que vimos em junho foi uma a��o que cresceu em decorr�ncia da rea��o da pol�cia. Ou seja, as pessoas passaram a protestar n�o por conta do primeiro problema, mas pelo desenrolar. E isso pode ocorrer novamente. � claro que as pessoas usam o que est� acontecendo, como os protestos do fim de semana, para incluir o discurso da desigualdade e discrimina��o. O problema � que essas manifesta��es pedem melhorias nos servi�os p�blicos, mas usam a viol�ncia porque acham que ser violento � ser revolucion�rio. Os fascistas, nazistas e outros de extrema direita tamb�m usam a viol�ncia. A marca da revolu��o � a capacidade de transforma��o. Para mudar a maneira de agir � preciso convencer as pessoas de que isso � necess�rio. Dizer que n�o vai ter Copa n�o tem sentido. A pergunta que fica �: depois de milh�es gastos, o melhor � n�o ter Copa? N�o tem como recuperar o dinheiro que foi gasto e n�o tem como voltar atr�s. � preciso que os movimentos pensem em outra maneira de pressionar o governo para melhorar o pa�s.

REUNI�O COM EMPRES�RIOS Chamados genericamente de rolezinhos, os encontros em shoppings de v�rias cidades do pa�s, alguns feitos de forma pac�fica e outros com registro de tumultos e protestos, levaram o governo federal a receber empres�rios do setor em uma reuni�o marcada para amanh�. Apesar da disposi��o em ouvir as queixas dos lojistas, dificilmente o Planalto se mobilizar� para cuidar do problema. A avalia��o � de que, como o encontro foi solicitado pela Associa��o Brasileira de Lojistas de Shopping, cabe ao governo escutar o que eles t�m a dizer, sem a obrigatoriedade de propor solu��es ou engajar-se em algum plano previamente desenhado pelos varejistas. Enquanto isso, os centros comerciais monitoram as redes sociais para lidar com futuras manifesta��es.


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