Ideli perde for�a com a ida de Mercadante para a Casa Civil

Bras�lia – Mesmo com a imagem desgastada depois de ter sido acusada pelo relat�rio da Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia da Rep�blica de ter cometido falha �tica ao usar o �nico helic�ptero da Pol�cia Rodovi�ria Federal em Santa Catarina, conveniado com o Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu), para visitar as bases no estado, a ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, deve, por ora, ficar de fora da reforma ministerial e se manter no cargo. Na avalia��o de lideran�as do Congresso, a tend�ncia � que a petista, no entanto, perca espa�o na articula��o pol�tica entre o Pal�cio do Planalto e os parlamentares, com a posse de Aloizio Mercadante na Casa Civil.

A troca de Ideli ainda n�o � descartada e pode fazer parte de uma segunda reforma ministerial. A ministra ainda considera a possibilidade de se candidatar ao Senado por Santa Catarina. Para isso, ter� de se descompatibilizar do cargo at� abril, de acordo com o calend�rio eleitoral. Outro caminho poss�vel � ela continuar na Esplanada, por�m mudar de pasta.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff informou aos seus l�deres no Congresso – do Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), da C�mara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Congresso, Jos� Pimentel (PT-CE) – que os manter� na posi��o este ano. “Ela fez uma avalia��o positiva da articula��o no Congresso e disse que gostaria de deix�-los no posto. O entendimento foi que a din�mica continua a mesma, inclusive com a Ideli. N�o foi tratada qualquer possibilidade de ela sair”, relata um cacique no Senado. Havia a expectativa da troca da ministra porque, al�m do desgaste pelo uso do helic�ptero para compromissos pol�ticos, Ideli vinha enfrentando cr�ticas de parlamentares da base por ter defici�ncias na articula��o pol�tica.

Segundo lideran�as do Senado, a inten��o de Dilma ao manter a mesma estrutura no Congresso e Ideli no cargo � n�o mexer em uma �rea estrat�gica em ano eleitoral. “Neste per�odo, os parlamentares ficam mais propensos a trai��es. Os quatro (Chinaglia, Pimentel, Braga e Ideli) j� est�o lidando com a base h� mais tempo, sabem quem pode trair e, assim, com quem t�m que negociar”, avalia um senador da base. Mesmo sem a mudan�a formal, lideran�as acreditam que Ideli deve perder parte do papel de articuladora para Mercadante, que deixa o Minist�rio da Educa��o para assumir a Casa Civil. Parlamentares da base comemoram a chegada de Mercadante, que sempre atuou nos bastidores do Congresso.

Pautas bomba

A ministra Ideli e os tr�s l�deres do governo no Congresso se reuniram ontem para tratar da pauta do ano. De acordo com Chinaglia, Braga e Pimentel, foi refor�ado o pedido para que as chamadas “pautas bomba” – propostas com grande impacto nas finan�as p�blicas – n�o fa�am parte da agenda dos parlamentares. No fim do ano, a ministra iniciou a articula��o com os l�deres para base para evitar a aprova��o de qualquer proposta que pudesse causar impacto no or�amento. O acordo foi consolidado em reuni�o do Conselho Pol�tico para discutir o cumprimento das metas fiscais. Na �poca, os l�deres de partidos da base aliada divulgaram uma nota se comprometendo a apoiar o Pacto pela Responsabilidade Fiscal proposto pelo governo federal.