Bras�lia - No discurso em que se apresentou como candidato a presidente da Rep�blica e lan�ou as diretrizes do programa de governo da alian�a PSB-Rede, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, fez cr�ticas diretas � presidente Dilma Rousseff e ao PT.
Para ele, a percep��o de que o “Pa�s saiu do trilho” levou o PSB a tomar uma decis�o mais dura: “Dizer que esse pacto social novo que est� no seio da sociedade brasileira n�o tolera mais esse velho pacto pol�tico que mofou e que n�o vai dar nada de novo e de bom ao povo brasileiro. N�o h� nesse Pa�s, em nenhum recanto onde possamos andar, ningu�m que ache que mais quatro anos do que est� a� vai fazer bem ao povo brasileiro.”
O governador pernambucano disse ainda que as pessoas que est�o no governo se desesperam com a perspectiva de perder. “E eles v�o perder.”
Aliado do governo at� setembro de 2013, Campos comandou a sa�da do PSB da gest�o Dilma e prega a necessidade de se avan�ar nas conquistas das administra��es Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva.
Nesta ter�a ele disse que a sociedade brasileira tem no��o de que o Pa�s vai mal. “As pessoas est�o vendo que o Pa�s parou, que o Pa�s saiu do trilho em que vinha. Que com idas e vindas, acertos e erros, o Brasil estava avan�ando no sentido de acumular conquistas na vida das pessoas, sobretudo das pessoas mais pobres. Mas, de repente, a sensa��o da freada, a sensa��o do desencontro, da falta de acolhida �s ideias.”
Afirmou que falta lideran�a � presidente para enfrentar os problemas do Pa�s, o que a leva a se queixar de crises no exterior que acabam por afetar o Brasil. “N�o podemos ficar tapando o sol com a peneira, de que os problemas est�o l� fora. Muitos dos problemas est�o aqui dentro e precisam de lideran�a. De algu�m que tem a sinergia e consiga resolver os problemas n�o com conversas e promessas.”
Para Campos, as conquistas sociais foram muito importantes, mas a solu��o dada a elas pelo governo atual � errada, porque n�o se pensa em proteg�-las com o crescimento economia. “� como enxugar gelo. N�o h� pol�tica social que fa�a efeito sem desenvolvimento. � o que estamos vendo agora: crescimento do analfabetismo, emprego perdendo qualidade, Pa�s perdendo competitividade. Vamos legar o qu� para as futuras gera��es deste pa�s?”
Indagado depois sobre a dureza de seu discurso ap�s o fim da cerim�nia, respondeu: “Vai ser assim, Eu vou para a luta pol�tica”.
Palanques separados
Campos acertou novos passos com a parceira Rede da ex-ministra Marina Silva, na tentativa de distensionar a rela��o entre os dois, principalmente por causa de desentendimentos regionais. Ele deixou claro que onde n�o houver possibilidade de acordo entre as duas partes, elas ter�o palanques separados.
“N�o haver� nenhum projeto regional que passar� por cima do que estamos fazendo nacionalmente. O que h� de priorit�rio nesse momento � a alian�a nacional. Em alguns lugares, podemos ter palanques duplos. Em outros lugares podemos n�o viv�-los”, disse ele, numa entrevista logo depois da cerim�nia. Foi uma clara mudan�a de rumo, j� que a previs�o inicial era de ambos apoiarem os mesmos candidatos nos Estados.
O pernambucano afirmou ainda que, onde a situa��o for tranquila, as candidaturas ser�o resolvidas at� mar�o. Onde n�o for, ser�o deixadas para negocia��es posteriores, sempre obedecendo as diretrizes lan�adas pela alian�a PSB-Rede.
� o caso de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bras�lia. Em S�o Paulo, o PSB quer apoiar o governador Geraldo Alckmin (PSDB), porque considera que ele pode ajudar Campos a conquistar votos no maior col�gio eleitoral do Pa�s. Marina, ao contr�rio, defende candidato pr�prio, o que reafirmou nesta ter�a: “A posi��o da Rede � termos candidato pr�prio em S�o Paulo. Todo mundo sabe disso.” Mas ela admitiu que haver� muita negocia��o at� a decis�o final. Em Minas est� certo que a coliga��o PSB-Rede apoiar� o candidato tucano Pimenta da Veiga ao governo.
E se havia d�vidas de que Eduardo Campos ser� o candidato a presidente, elas foram desfeitas hoje. “O candidato � ele. Claro. Voc� tem d�vida?”, disse a ex-ministra ao ser questionada. Ao fazer seu discurso na cerim�nia do PSB-Rede, ela incentivou Campos: “Se Deus quiser, o futuro presidente do Brasil � o Eduardo.”