
Governador Valadares - Ainda sem data marcada para a assinatura da ordem de servi�o e o in�cio das obras, o projeto de duplica��o da BR-381 passar� por mudan�as no trecho entre Governador Valadares e Belo Oriente, recebendo um aditivo de cerca de R$ 50 milh�es, o que representa 25% dos R$ 210 milh�es previstos para as obras no local. Nessa segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou em Valadares que todos os 303 quil�metros da via, que � conhecida como Rodovia da Morte, ser�o duplicados. Antes – como mostrou reportagem do Estado de Minas em novembro – a obra de duplica��o seria de Belo Horizonte at� Belo Oriente, pr�ximo a Ipatinga, deixando 72,8 quil�metros at� Valadares em pista simples, apenas com melhorias. Dilma n�o deu detalhes sobre como ser� feita a adapta��o do projeto que foi licitado no ano passado, mas segundo a assessoria da Presid�ncia da Rep�blica, a empresa respons�vel pela obra dever� alterar o planejamento inicial e receber 25% a mais do que o previsto.
"N�s resolvemos que � justo e leg�timo que a (duplica��o) 381 chegue at� Governador Valadares. Decidimos que a obra ser� feita at� aqui e que ser�o computados nos projetos a constru��o de um acesso at� a cidade. Quando a gente vai a algum lugar, a gente tem o costume de levar um presente. Meu presente aqui hoje � este: a duplica��o at� Valadares foi aprovada e vai acontecer", afirmou Dilma. No entanto, a presidente n�o informou detalhes sobre como ser�o feitas as mudan�as no projeto que j� foi licitado em 2013 ou se a empresa respons�vel pelas obras no trecho ter� o prazo para o in�cio das obras adiado.
A obra faz parte do Lote 1 da duplica��o da Rodovia da Morte – licitada em 11 lotes – e est� dividida em dois segmentos: o primeiro, de Governador Valadares at� o munic�pio de Periquito, com 47,6 quil�metros de extens�o; o segundo, ligando Periquito at� a via que d� acesso ao munic�pio de Belo Oriente, com mais 25,2 quil�metros. Avaliada em R$ 210 milh�es, a obra ser� executada pelo cons�rcio Engevix-Isolux-Cors�n. Desde o ano passado, quando o projeto b�sico da duplica��o foi divulgado para as empresas que participaram da licita��o, lideran�as da regi�o reclamaram que a duplica��o ficaria incompleta.
A decis�o inicial de n�o duplicar parte da rodovia foi tomada com base em levantamentos feitos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ainda em 2005. Com base nas estat�sticas de tr�fego e estudos topogr�ficos, o �rg�o apontou que o trecho n�o atingiu os �ndices necess�rios para que fosse duplicado. No entanto, novos levantamentos colhidos nos �ltimos cinco anos indicaram um aumento significativo na circula��o de ve�culos de passeio e caminh�es entre Ipatinga e Valadares, o que justificaria a duplica��o.
Procurado para esclarecer como ser�o feitas as altera��es no projeto de obras para o trecho, o Dnit informou que j� determinou a realiza��o de estudos em rela��o aos lotes 1 e 2 para definir qual modelo ser� usado para a duplica��o – se mediante aditivo ou se mediante a realiza��o de uma licita��o � parte. Entretanto, a informa��o � diferente do que foi explicado pela pr�pria assessoria do Pal�cio do Planalto ontem, que disse que o processo ser� feito por meio de aditivos.
Riscos
Em novembro do ano passado, a equipe de reportagem do Estado de Minas fez o percurso entre Valadares e Belo Oriente e constatou que o trecho oferece v�rios riscos aos motoristas. Segundo levantamento da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), at� outubro do ano passado, 34 pessoas morreram no trecho e 390 ficaram feridas. Em 2012, foram 47 mortes e em 2011, 40. No projeto inicial, estavam previstas apenas a revitaliza��o das vias e a constru��o de uma terceira pista em algumas partes da rodovia.

Com 42 curvas, sendo metade delas acentuadas, e muitas vias perpendiculares com entrada e sa�da de caminh�es e carretas, a maior parte dos 72,8 quil�metros n�o tem acostamento e possui poucos pontos de ultrapassagem. Do quil�metro 228, pr�ximo ao acesso a Belo Oriente, at� o quil�metro 155, no entroncamento das BRs 116, 259, 451, em Governador Valadares, s�o v�rios trechos com alertas para problemas com a visibilidade por causa de nevoeiros e entradas e sa�das constantes de caminh�es.
A cobran�a para que o projeto inicial fosse revisado com base nos dados mais recentes sobre a movimenta��o de ve�culos na 381 foi feita por t�cnicos e consultores do movimento empresarial Nova 381. No final do ano passado, o consultor Cl�udio Veras apresentou ao Dnit uma proposta para que o governo federal negociasse com a empresa vencedora da licita��o altera��es no projeto. "Usando a justificativa de que a duplica��o � necess�ria na rodovia, o Dnit pode ajustar ou aditivar em at� 25% a obra. A nossa inten��o com essa cobran�a � manter o processo em andamento e buscar a revis�o em alguns pontos do lote 1 para atender a demanda da regi�o", explicou Veras. (Colaborou Daniel Camargos)
NEM PROJETO O secret�rio de Estado da Sa�de, Alexandre Silveira (PSD) – ex-diretor geral do Dnit em Minas –, criticou ontem a promessa da presidente Dilma Rousseff: “A 'mineira' Dilma, mais uma vez, demonstra o quanto desrespeita e menospreza o povo do Leste de Minas. A candidata prometeu a duplica��o da BR-381 at� Governador Valadares. Infelizmente, apesar de ser um pleito leg�timo dos moradores da regi�o, ser� mais uma d�vida que n�o ser� quitada, uma marca desses 12 anos de desgoverno petista. Todos sabemos que nem mesmo o projeto executivo deste trecho foi licitado. Ao inv�s de continuar iludindo a boa f� dos mineiros, a candidata deveria, pelo menos, assinar a ordem de servi�o dos trechos que j� foram licitados e colocar as m�quinas na pista”.
Corpo a corpo e protestos
A presidente Dilma Rousseff viajou a Governador Valadares para participar da cerim�nia de formatura de 1.274 alunos do Pronatec e entregar m�quinas e equipamentos para 92 prefeitos mineiros. A petista entregou individualmente aos gestores municipais cada uma das chaves das retroescavadeiras e motoniveladoras. Ao chegar ao evento, no Clube Recreativo Filad�lfia, a presidente passou por um grupo de m�dicos do Hospital Municipal, que reclamava n�o ter recebido o pagamento de horas-extras dos �ltimos dois meses, e por um grupo de sem-terra, que criticou a pol�tica de reforma agr�ria da atual gest�o. Na quinta-feira passada, Dilma recebeu l�deres do Movimento dos Sem-Terra (MST) para ouvir suas reivindica��es. O encontro aconteceu no dia seguinte ao tumulto provocado pelo movimento em Bras�lia, com dezenas de feridos.
Dilma lembrou aos prefeitos que eles ter�o somente at� o dia 15 de junho para receber as m�quinas e, por isso, dever�o ficar atentos �s pr�ximas etapas do PAC, para apresentar suas demandas dentro do prazo determinado pela Justi�a Eleitoral em ano de elei��o.
A presidente apontou o Pronatec como uma a��o importante para que o pa�s consiga gerar um n�mero consider�vel de m�o de obra qualificada e atenda � expectativa do mercado de trabalho. "Muita gente acha que as pessoas do Brasil Sem Mis�ria se conformam, elas n�o querem lutar na vida. Pelo contr�rio, s� acham isso aqueles que n�o entendem o povo trabalhador desse pa�s, que, se tiver uma oportunidade, agarra com as duas m�os, com cursos e com essa batalha di�ria", discursou Dilma.