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Estado de Minas

Comiss�o da Verdade busca corpos de guerrilheiros em GO

Escava��es pretendem elucidar dois assassinatos emblem�ticos ocorridos durante a Ditadura Militar, de M�rcio Beck Machado e Maria Augusta Thomaz


postado em 28/02/2014 18:07 / atualizado em 28/02/2014 18:34

Peritos escalados pela Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) conclu�ram nesta sexta-feira, 28, a primeira parte das escava��es para elucidar dois assassinatos emblem�ticos ocorridos durante a Ditadura Militar, de M�rcio Beck Machado e Maria Augusta Thomaz. Ainda n�o foram encontrados vest�gios novos, mas a pr�xima etapa dos peritos e um levantamento a�reo para indicar o local das covas. O Estado apurou que a meta da CNV agora � tamb�m deslanchar investiga��es sobre oito desaparecidos pol�ticos que tiveram foco em Goi�nia, "envolvendo a��es da seguran�a p�blica estadual e da Pol�cia Federal durante a ditadura", informou Daniel Lerner, gerente de projeto da CNV.

Os peritos usaram um radar de solo e fizeram o escaneamento de uma �rea de cerca de quatro metros quadrados onde escavaram at� dois metros de profundidade. Segundo Lerner, a busca por novos vest�gios continuar� em uma extens�o de 100 metros quadrados prevista em um croqui da �rea confeccionado em 1980 e a partir dos v�rios testemunhos sobre o caso. "Documentos in�ditos tamb�m est�o contribuindo", afirmou Lerner, sem detalhar quais s�o. Iniciadas na quarta-feira, 26, as buscas em Rio Verde t�m o objetivo de localizar restos mortais ou objetos pessoais de M�rcio e Maria Augusta, estudantes guerrilheiros que militavam no Movimento de Liberta��o Popular (Molipo) e que foram metralhados em 1973, em Rio Verde. Eles viviam clandestinamente, disfar�ados com os nomes de Neusa e Raimundo, em uma fazenda chamada Rio Doce, palco das buscas. Os corpos nunca foram encontrados.

Al�m dos testemunhos e documentos, j� houve coleta de bot�es, fragmentos de ossos e dentes em uma cova clandestina, atribu�dos �s v�timas, al�m de c�psulas de balas. Esses vest�gios foram encontrados depois que foi descoberta a realiza��o de uma "opera��o limpeza", feita por agentes federais em 1980. Eles teriam removido os corpos logo depois que equipes de um jornal e familiares das v�timas estiveram na fazenda fazendo buscas por conta pr�pria. Mas a pressa em ocultar novamente os restos mortais deixou para tr�s os vest�gios. O livro "As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomas", do jornalista Renato Dias, nas p�ginas 182 e 183 republica fotos do acervo do jornal Di�rio da Manh�, que mostram restos mortais (dentes) e bot�es de roupas provavelmente do casal, recolhidos na fazenda.

Os corpos de M�rcio e Maria Augusta foram vistos por moradores da fazenda no dia 17 de maio de 1973, ap�s rajadas de metralhadoras terem atingido o barraco onde viviam, por volta das 3 horas da madrugada, conforme os relatos que existem nos autos do inqu�rito do Minist�rio P�blico Federal (MPF), que tamb�m participa das buscas, junto com a Pol�cia Federal.

Quem eram

Maria Augusta Thomaz e M�rcio Beck pertenciam ao chamado Grupo dos 28, formado por jovens integrantes da Alian�a Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento de Liberta��o Popular (Molipo), envolvido em a��es armadas audaciosas. A mais not�ria foi o sequestro de um Boeing 707 da Varig em Buenos Aires que foi desviado para o Chile e depois voou para Cuba em 1969. Eram ligados ao guerrilheiro Carlos Marighela, assassinado em 1963. Os dois estudaram t�ticas de guerrilha em Cuba e retornaram em 1971 para o Brasil, vivendo clandestinamente.

Crime permanente

Para o MPF, desde o sumi�o dos restos mortais das v�timas o crime se tornou permanente, raz�o pela qual os procuradores da Rep�blica que atuam no caso afastam a hip�tese de prescri��o e insistem na inaplicabilidade da Lei da Anistia. Eles sustentam que, se os corpos nunca foram encontrados, o crime de oculta��o permanece, ent�o, o prazo para a prescri��o nem come�ou a contar, o que valeria tamb�m para suspeitos de participa��o nas mortes e oculta��o de cad�ver, mesmo se tiverem mais de 70 anos de idade.


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