O Brasil � um pa�s de "pre�os surreais", avalia o economista Edmar Bacha, diretor do Instituto de Estudos de Pol�tica Econ�mica da Casa das Gar�as. "Todos os pre�os s�o extremamente mais elevados do que ocorre em outros pa�ses com que comerciamos", disse, durante evento organizado nesta quarta-feira, 12, pelo Instituto FHC para debater os 20 anos do Plano Real. Bacha criticou a carga "excessiva" de impostos no Pa�s e sua alta complexidade. "� dif�cil imaginar algo mais importante no in�cio do primeiro ano do novo governo, no ano que vem, do que dedicar-se � reforma tribut�ria no Pa�s", comentou.
O economista Andr� Lara Resende, que tamb�m participou do evento, afirmou que o primeiro ponto de uma nova agenda deve ser "voltar ao rumo correto, � boa pr�tica macroecon�mica e fazer com que o Pa�s escape da armadilha da renda m�dia". Resende afirmou que para aumentar a produtividade do trabalho � preciso investimento em capital fixo e tamb�m em educa��o. "N�s apostamos num ensino superior universit�rio comercializado." Ele criticou ainda o fato de o Brasil ser um Pa�s que "poupa pouco e investe pouco", falando tanto do setor privado como do p�blico, e tamb�m o "isolamento comercial" do Pa�s.
Por fim, Resende disse ser necess�rio "rever o Estado brasileiro". "� preciso rever o car�ter patrimonialista", disse ele, defendendo ainda um "radical e s�rio" direcionamento no sentido da "redu��o r�pida das desigualdades de oportunidades".
J� o economista P�rsio Arida disse que a estabilidade financeira, iniciada justamente com a ado��o do real, n�o est� inteiramente completa. Segundo ele, as taxas de juros ainda s�o muito elevadas. Segundo Arida, � preciso colocar em pr�ticas reformas profundas, pois, para ele, "reformas t�picas" perdem for�a com o tempo. "Precisamos de uma agenda liberal", disse, ressaltando que n�o se trata de adotar pol�ticas neoliberais.