�tore Medeiros
Bras�lia – Foi preso na manh� de ontem, em Bras�lia, Jos� Carlos Alves dos Santos, conhecido com o delator do esc�ndalo dos "An�es do Or�amento". O economista era chefe da assessoria t�cnica da Comiss�o de Or�amento do Senado e integrante da quadrilha que, entre o fim dos anos 1980 e o in�cio da d�cada seguinte, fraudou e desviou recursos do Or�amento da Uni�o por meio de emendas parlamentares. O grupo s� foi descoberto em 1993, quando o caso foi investigado por uma comiss�o parlamentar de inqu�rito – a primeira CPI instalada ap�s a redemocratiza��o, em 1985. Apesar de desvendado h� 21 anos, o esquema s� foi formalmente denunciado � Justi�a em 2002, pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF).
"Ele � muito doente. A estrat�gia � de tentar a garantia de um tratamento m�dico adequado. Entendo eu que esse tratamento s� pode ser feito em casa. Da� (a necessidade de) uma medida protetiva do condenado, como foi dada, por exemplo, ao juiz Nicolau (dos Santos, piv� do esc�ndalo de desvios de verba do Tribunal Regional do Trabalho de S�o Paulo)", refor�a o advogado Adahil Pereira da Silva.
Dentre os 18 acusados de envolvimento no esquema, est�o deputados federais, ministros e governadores, como Edison Lob�o (PMDB), que governava o Maranh�o e, hoje, comanda o Minist�rio de Minas e Energia. Seis deputados foram cassados, oito absolvidos e quatro renunciaram ao mandato.
“Estigma” O advogado Adahil Pereira da Silva considera que existe um "estigma" em torno de Jos� Carlos dos Santos devido ao "enredo em que ele se envolveu". O ex-chefe da assessoria t�cnica da Comiss�o de Or�amento morava de favor, at� ontem, na casa do sogro, no Lago Norte. Ele estava casado com Crislene Oliveira, de quem supostamente foi amante nos anos 1990 – o que teria provocado a crise no casamento com a ent�o mulher dele, Ana Elizabeth Lofrano, assassinada em 1992. Preso em 1993 e condenado por j�ri popular a 17 anos de pris�o, em 1997, por homic�dio qualificado e oculta��o de cad�ver, Jos� Carlos deixou o regime fechado no mesmo ano e, em 2005, concluiu o cumprimento da pena. (Colaborou Jacqueline Saraiva)
