S�o Paulo - O engenheiro industrial Avelino Rui de Oliveira Taveiros, arrolado pela Procuradoria da Rep�blica como uma das 10 testemunhas de acusa��o no caso Alstom, revelou como agia o lobista Cl�udio Luiz Petrechen Mendes nos bastidores do governo paulista, gest�o Orestes Qu�rcia (1987-1991) e gest�o Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994).
A testemunha relatou a atua��o de Cl�udio Mendes. “Naquela �poca (1980 a 1990) era uma pr�tica ‘quase normal’ o pagamento de comiss�o pelos empres�rios”. Ele esclareceu que “teve dezenas de conversas com Cl�udio Mendes, especialmente no edif�cio onde moravam (no Itaim, bairro da Capital)”.
Mendes � um dos 11 r�us do processo sobre o suposto esquema de pagamento de propinas da multinacional francesa no setor de energia do Estado, entre 1998 e 2002. A Procuradoria atribui a ele crimes de corrup��o ativa e lavagem de dinheiro.
Segundo a a��o, em curso na Justi�a Federal, Cl�udio Mendes teria sido destinat�rio de 7% a t�tulo de “comiss�o” por ter agido como intermedi�rio do governo de S�o Paulo com a Alstom, contratada para execu��o do pol�mico projeto Gisel (Grupo Industrial para o Sistema da Eletropaulo), no valor atualizado de R$ 183 milh�es. A suspeita sobre o lobista surgiu a partir da cita��o �s iniciais CM em um documento franc�s que narra a distribui��o de propinas no caso Alstom. No mesmo documento surgiram as iniciais RM.
Os investigadores conclu�ram que CM � Cl�udio Mendes e RM � Robson Marinho - conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-chefe da Casa Civil do governo M�rio Covas (PSDB), suspeito de ter recebido US$ 1,1 milh�o.
Segundo a testemunha, Mendes “era um dos coordenadores que faziam a liga��o entre o Governo do Estado de S�o Paulo e os empres�rios do setor el�trico”. ”Cl�udio Mendes era um dos coordenadores do Governo Qu�rcia e continuou a exercer a mesma fun��o durante o Governo Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994)”, declarou Avelino Taveiros.
Naquela �poca, disse a testemunha do caso Alstom, “ficou sabendo que a comiss�o (propina) paga pelos empres�rios variava entre 10% e 30% do valor das obras contratadas pelo Estado de S�o Paulo”.
Ainda segundo Taveiros, Cl�udio Mendes admitiu a ele que “n�o entendia muito do setor el�trico”. O lobista teria pedido sua ajuda para ‘conversar com empres�rios do setor’. Mendes, por seu lado, conversaria com interlocutores do governo paulista. A testemunha afirma que rejeitou a proposta.Um m�s antes de Avelino Taveiros fazer seu depoimento ao Minist�rio P�blico, o pr�prio Cl�udio Mendes foi ouvido.
Formado em Ci�ncias Sociais pela USP e s�cio da Ockham Holding e Participa��es Ltda - empresa que faz projetos de infraestrutura de portos, reflorestamento, minera��o e gera��o de energia el�trica -, Mendes disse que nunca trabalhou como lobista.
Ele disse que “n�o conhece o conselheiro Robson Marinho” e autorizou, na ocasi�o, a quebra do seu sigilo banc�rio e fiscal. Assegurou que “nunca intermediou contatos entre representantes de empresas privadas e funcion�rios p�blicos de S�o Paulo ou da Uni�o”.