S�o Paulo - Convocada pelo governo federal para ajudar no di�logo com movimentos contr�rios � realiza��o da Copa do Mundo no Brasil, a Central �nica dos Trabalhadores (CUT), promete ir �s ruas para defender o Mundial. Segundo o presidente da entidade, Vagner Freitas, o evento vai beneficiar os trabalhadores e os protestos contra a Copa s�o "eleitoreiros".
Diante das amea�as de manifesta��es contra o torneio, a Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica tem enviado emiss�rios para conversar com lideran�as de diversas �reas nas cidades sede da Copa, incluindo dirigentes estaduais da CUT. O governo quer aproveitar as boas rela��es da central para se aproximar de movimentos contr�rios ao campeonato.
No in�cio deste m�s o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, visitou a sede nacional da CUT, em S�o Paulo e deu uma entrevista ao site da entidade na internet. A partir daquele encontro, a central iniciou um levantamento sobre os gastos em est�dios, infraestrutura, impacto econ�mico e cria��o de empregos relacionados ao Mundial.
O estudo deve ficar pronto nas pr�ximas semanas e servir� de subs�dio para a Executiva Nacional da CUT deliberar sobre uma estrat�gia de mobiliza��o.
O presidente da central, no entanto, j� faz uma leitura positiva dos efeitos do Mundial no Brasil. De acordo com Freitas, o motivo para a CUT ir �s ruas em defesa da Copa s�o as vantagens que o evento deve trazer para os trabalhadores. "A Copa gera emprego, renda e benef�cios duradouros para toda a popula��o. N�o � � toa que v�rios pa�ses disputam o direito de sediar o evento", argumentou.
O sindicalista n�o esconde, no entanto, que a mobiliza��o est� associada � elei��o presidencial de outubro. "Estas manifesta��es do 'n�o vai ter Copa' s�o eleitoreiras, s�o manipuladas pela oposi��o e pela direita elitista que n�o se conforma com o fato de o governo Lula ter conseguido trazer os eventos para o Brasil", disse.
Na verdade, movimentos sociais agrupados nos Comit�s Populares da Copa, alguns ligados � CUT e ao PT, tamb�m t�m se posicionado contra o evento.
Atrasos. Segundo Freitas, a possibilidade de atrasos nas obras vi�rias relacionadas ao evento n�o � impedimento para o apoio. "Se atrasar � ruim para o governo e para a Fifa. Para a popula��o o importante � que fique pronto, n�o interessa se em junho, outubro ou no come�o do ano que vem", afirmou.
As manifesta��es contra a Copa preocupam o governo e a c�pula da pr�-campanha de Dilma Rousseff � reelei��o desde o ano passado. O temor de preju�zos eleitorais, por�m, se intensificou recentemente, ap�s a divulga��o de pesquisas que mostram o crescimento do n�mero de pessoas contr�rias ao evento.
Pesquisa do Datafolha divulgada no final de fevereiro indicou que o total de brasileiros favor�veis � realiza��o do evento caiu de 79% em 2008, um ano depois do an�ncio de que o Brasil sediaria a Copa, para 52%. O levantamento foi tema de reuni�o da coordena��o da pr�-campanha de Dilma, na qual os participantes conclu�ram que existe muita "ignor�ncia" em rela��o ao evento - e decidiram melhorar a pol�tica de comunica��o.
No ano passado um projeto de propaganda voltado para a Copa foi apresentado � ent�o ministra da Comunica��o Social, Helena Chagas, que o engavetou. Com a troca de Helena por Thomas Traumann no minist�rio, petistas favor�veis � campanha voltaram a pressionar o governo. Procurado para falar sobre o assunto, o ministro n�o se manifestou.
Por determina��o de Dilma, o di�logo com os manifestantes, com o intuito de conter suas a��es, est� concentrado na Secretaria-Geral da Presid�ncia.