Bolonha - O Minist�rio P�blico italiano considera que o fato de Henrique Pizzolato ter dupla cidadania "n�o � uma condi��o suficiente" para impedir sua extradi��o. O ex-diretor do Banco do Brasil, que est� preso no pa�s europeu desde fevereiro, foi condenado a 12 anos e 7 meses de pris�o pelo Supremo Tribunal Federal por seu envolvimento com o mensal�o. O Estado revelou nessa ter�a-feira (23) que os promotores da It�lia j� recomendaram a extradi��o de Pizzolato. O caso ser� agora avaliado pela Justi�a de Bolonha na segunda metade de maio.
No in�cio de abril, o Minist�rio P�blico italiano protocolou o pedido de extradi��o, chancelando a posi��o das autoridades brasileiras. No documento, os promotores italianos consideram que Pizzolato n�o sofreu nenhum processo pol�tico no Brasil, como argumentado pelo ex-diretor do Banco do Brasil na defesa que entregou no pa�s europeu.
Pizzolato ainda apostava no fato de que, tendo nacionalidade italiana, poderia evitar uma extradi��o. Mas o Minist�rio P�blico italiano acabou n�o acatando o argumento. Para os promotores de Bolonha, o passaporte n�o serve como uma "forma de prote��o a criminosos".
Battisti
Se o fato de ele ser italiano n�o lhe garante prote��o contra uma extradi��o, a realidade � que outros fatores pol�ticos podem pesar. A decis�o final ficar� com o Minist�rio da Justi�a do governo do primeiro-ministro Matteo Renzi. Um integrante do Minist�rio P�blico italiano que pediu para n�o ser identificado afirmou que, "na pr�tica, ser� uma decis�o pol�tica que ir� considerar as rela��es entre os dois pa�ses".
A Promotoria de Bolonha considera que o caso de Cesare Battisti, que recebeu asilo pol�tico no Brasil, pode ser um "obst�culo pol�tico real" numa eventual decis�o de Roma de extraditar Pizzolato. Oficialmente, pol�ticos italianos e mesmo juristas insistem em apontar que a It�lia � um "pa�s maduro", que n�o faria uma liga��o entre os dois casos.
Battisti foi julgado e condenado na It�lia por atividades terroristas e por mortes. Fugiu para o Brasil, onde alegou que havia sido alvo de um "julgamento pol�tico". Bras�lia acabou dando ao italiano o status de refugiado, o que deixou parte importante dos partidos em Roma inconformada.