A Petrobras negou nesta quinta-feira irregularidades no saque de US$ 10 milh�es, sem autoriza��o por escrito, pela refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando ainda era administrada meio a meio pela Petrobras e pela comercializadora belga Astra Oil. O saque foi identificado por auditoria interna.
O saque de US$ 10 milh�es foi revelado hoje pelo jornal O Globo. A autoriza��o verbal "n�o encontra amparo em norma interna nem nas boas pr�ticas de controle interno", conforme relat�rio citado pelo jornal. A Petrobras, entretanto, afirma na nota que acatou a recomenda��o da auditoria interna, "no sentido de formalizar e arquivar a documenta��o de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras".
O saque teria sido feito da conta da refinaria na corretora MF Global, em fevereiro de 2010, quando Petrobras e Astra estavam em lit�gio. A corretora norte-americana faliu em 2011, na esteira da crise econ�mica de 2008. Conforme noticiado � �poca, o rombo nas contas da corretora chegou a US$ 1,2 bilh�o. O relat�rio da auditoria interna n�o detalha quem fez o saque de US$ 10 milh�es na conta da MF Global nem qual foi o destino do dinheiro, informou o jornal. A auditoria tamb�m se debru�ou sobre a gest�o do estoque.
"Com rela��o aos estoques, foram adotados controles refor�ando o procedimento mensal de concilia��o. Da realiza��o da auditoria at� agora, a Petrobras Am�rica vem adotando medidas para corre��o dos problemas detectados", diz a nota divulgada ontem.
O valor dos estoques � um dos mist�rios do caso. No in�cio do m�s, o Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, revelou que os estoques de Pasadena foram avaliados em apenas US$ 6,1 milh�es, em 31 de dezembro de 2005, pela consultoria BDO Seidman. Ainda assim, a Petrobr�s pagou US$ 170 milh�es por metade dos estoques, no ato da compra, em 2006.
No fim das contas, a estatal pagaria US$ 340 milh�es pelos estoques - incluindo outros US$ 170 milh�es pelos 50% restantes da "trading". Ap�s o lit�gio, em junho de 2012, a Petrobr�s se viu obrigada a comprar a fatia da Astra, desembolsando no total, desde 2006, US$ 1,249 bilh�o - al�m da refinaria e dos estoques, houve gastos com juros, empr�stimos e garantias e despesas legais. Em 2005, a Astra comprara Pasadena por US$ 42,5 milh�es. O contrato desprotegeu a Petrobr�s. M�s passado, a compra da refinaria voltou a ser questionada ap�s a presidente Dilma Rousseff confirmar ao Estado que deu aval ao neg�cio, quando presidia do Conselho de Administra��o da estatal.