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Estado de Minas

Empresas adiam doa��es para campanha eleitoral no pa�s

Diante das incertezas sobre a economia e as prefer�ncias dos eleitores e reticentes quanto � visibilidade gerada pelo apoio a candidatos, empres�rios ret�m verbas para campanhas


postado em 28/04/2014 06:00 / atualizado em 28/04/2014 07:40

No momento os cofres est�o fechados. Incerto quanto �s prefer�ncias do eleitorado para as elei��es majorit�rias, desanimado com o desempenho da economia e reticente quanto � visibilidade que vem a reboque das doa��es de campanha em todos os n�veis, o empresariado ainda aguarda antes de fazer as suas apostas na corrida sucess�ria de

2014. Verbalizando uma esp�cie de “avers�o a riscos”, aqueles que respondem por, em m�dia, 75% do volume de recursos injetados nas campanhas pol�ticas n�o querem se comprometer com qualquer tipo de contribui��o fora da regra: a percep��o generalizada � de que eventuais puni��es s�o mais duras para os doadores do que para quem a recebe.

Por tudo isso, os empres�rios s� entrar�o em campo depois da Copa. A aten��o do eleitor comum ainda n�o est� voltada para a disputa. E este ano, capt�-la ser� ainda mais dif�cil. Os empres�rios sabem disso. “Como est� pensando quem vota? N�o existe ainda consist�ncia. Isso desestimula qualquer movimento neste momento. Ningu�m vai investir naquilo que n�o sabe se dar� retorno”, admite Olavo Machado, presidente da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg).

Para al�m do pragmatismo, h� tamb�m insatisfa��o manifesta em rela��o ao desempenho da economia. “S�o grandes as inc�gnitas e h� perda de confian�a do empresariado no futuro. Isso desanima e a� o bolso fecha”, resume Teodomiro Diniz Camargos, presidente da C�mara da Ind�stria da Constru��o da Fiemg. “A macroeconomia est� claudicando na macroeconomia, a infla��o est� alta e h� instabilidade do d�lar. O mercado est� mais retra�do, o custo das empresas est� cada vez mais alto, com eleva��o forte do custo de m�o de obra. A produtividade n�o foi proporcional. Estamos diante de um momento dif�cil”, diz Camargos.

J� para Alberto Jos� Salum, presidente do Sindicato das Empresas da Constru��o Pesada (Sicepot), a maior preocupa��o do momento � com a lucratividade das empresas, que, segundo ele, est� muito baixa, inviabilizando os neg�cios. “Estamos tentando, neste momento, salvar a pele das empresas. O setor est� muito ruim. O Brasil n�o entendeu ainda que as empresas que trabalham correm riscos para ter lucro e pagar sal�rios. E n�o � isso que est� ocorrendo. H� pre�os mal- or�ados no setor p�blico, exig�ncias que surgem ap�s a licita��o e as empresas acabam insolventes”, avalia

Des�nimo semelhante manifesta Luiz Fernando Pires, presidente do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil (Sinduscon), para quem, em anos eleitorais passados, a esta altura o setor j� teria iniciado doa��es de campanha. “Realmente, h� incerteza em rela��o ao pa�s. Ningu�m est� muito tranquilo”, afirma, reclamando do baixo crescimento da economia e da infraestrutura prec�ria que inviabiliza um salto no desempenho econ�mico. “� um pa�s com boas condi��es de riqueza. O que gera desconforto � tanta not�cia ruim, uma infraestrutura obsoleta e uma gest�o pouco eficiente dos recursos dispon�veis. Como vamos receber as pessoas na Copa? Quer�amos vender boa imagem do pa�s, n�o o contr�rio”, diz.

Com Luiz Fernando Pires faz coro Olavo Machado, para quem o momento de cobrar as promessas de campanhas passadas � agora. “Que pol�tico defendeu e participou efetivamente de nossa agenda de converg�ncia?”, indaga Olavo Machado em refer�ncia aos 16 pontos elencados em 2012 pela institui��o em cinco grupos de investimento em infraestrutura, educa��o, sa�de, defesa social e economia do conhecimento, al�m da reivindica��o de instala��o imediata de nova jurisdi��o do Tribunal Regional Federal com sede em Minas Gerais. “N�o tivemos sucesso em nenhum desses itens e, em 6 de outubro, todos os compromissos firmados de novo ser�o esquecidos. Isso nos faz pensar se vale a pena apoiar”, considerou Olavo Machado, que advertiu: “Essas reflex�es os empres�rios devem estar fazendo agora e com certeza os pol�ticos tamb�m as far�o”.

Outro fator que tem “espantado” empres�rios � o medo de doar para candidatos que no futuro, por algum motivo, poder�o estar no “olho do furac�o”, provocando devassa em suas contas de campanha e tamb�m nas de seus doadores. “Na hora da puni��o por qualquer coisa feita fora das regras estabelecidas, ela � maior para o empres�rio do que para quem recebe o recurso. Por isso o empres�rio quer cada vez correr menos riscos, pensando muito naquilo a que est� sendo chamado para participar”, conclui Olavo Machado.

Armadilhas da transpar�ncia


As “doa��es ocultas” aos candidatos por interm�dio dos partidos pol�ticos, sem identifica��o das fontes, que em elei��es passadas facilitavam o anonimato dos reais doadores, n�o mais poder�o ser feitas este ano. Para o cidad�o e �rg�os de fiscaliza��o haver� mais transpar�ncia. O maior controle n�o agradou aos empres�rios, que, acreditam, ser�o pressionados por outros candidatos para fazer igual contribui��o �s suas campanhas. “A obrigatoriedade de o partido e o candidato indicarem de quem receberam cria desconforto, pois vamos doar para um e criar problema com tr�s. � mais uma dificuldade que leva � n�o contribui��o”, avalia Teodomiro Diniz Camargos presidente da C�mara da Ind�stria da Constru��o da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

� fato que a regra mudou e j� vigora neste pleito, segundo a Resolu��o 23.406 de 2014, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), avisa Adriano Denardi, diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e especialista em controle das contas de campanha. “O partido pol�tico n�o poder� simplesmente receber e repassar ao candidato como fazia em pleitos anteriores. Ter� que informar de onde vem o dinheiro antes de entreg�-lo ao candidato, que, por seu turno, dever� informar em sua presta��o de contas a origem real do recurso”, assinala Denardi. “� o fim da doa��o oculta, pela aplica��o do dispositivo contido no artigo 26 dessa resolu��o”, considera.

Denardi lembra ainda que, com a medida, tamb�m os candidatos estar�o sujeitos �s puni��es legais pelo uso de recursos de fontes vedadas – que s�o concession�rios ou permission�rios de servi�o p�blico, entidades religiosas, entidades esportivas, entidades de classe ou sindical, entidades de utilidade p�blica, entidade ou governo estrangeiro, entre outras. “Antes, o partido recebia as doa��es e as repassava ao candidato sem que fosse estabelecida rela��o direta entre a fonte e o benefici�rio final. S� o partido sofria as puni��es por eventual uso de fontes vedadas. Agora, o candidato tamb�m ser� responsabilizado”, diz o especialista.


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