A Pol�cia Federal aponta "influ�ncia pol�tica" do doleiro Alberto Youssef - alvo maior da Opera��o Lava Jato - sobre o ex-ministro da Sa�de Alexandre Padilha, pr�-candidato ao governo de S�o Paulo pelo PT. A suspeita decorre de di�logo interceptado pela PF, entre Primo, como Youssef � conhecido, e a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, no dia 5 de mar�o, atrav�s de um aplicativo de mensagem instant�nea.
Para a PF, o di�logo grampeado "indica possivelmente que (Youssef) tem influ�ncia pol�tica junto ao candidato ao governo de S�o Paulo, Alexandre Padilha". "T� bom. Eu quero ent�o acesso ao delegado geral de sp pr� um cargo", finalizou Nelma. Em outro momento, ela solicita a Youssef que entre em contato atrav�s do skype e indica o contato: "joaquina_apazza". A PF conclui que os dois "possivelmente passaram a conversar atrav�s deste dispositivo".
Labogen. Padilha n�o � investigado pela Lava Jato, mas o nome dele � citado em outros documentos da PF. No relat�rio principal que resultou na ordem de pris�o de Youssef e seu grupo, os investigadores revelam o empenho do doleiro para emplacar o laborat�rio Labogen Qu�mica Fina em neg�cio milion�rio da Sa�de, na gest�o do petista. A PF juntou aos autos c�pia do projeto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do minist�rio e anexou uma fotografia do ex-ministro em um evento.
Em um relat�rio, a PF transcreve di�logos entre o doleiro e o deputado Andr� Vargas, que se desfiliou do PT na sexta feira. Numa conversa com Youssef, o parlamentar diz que foi Padilha quem indicou um ex-assessor na Sa�de para ocupar cargo no Labogen.
A nova cita��o a Padilha consta de relat�rio complementar de monitoramento telem�tico n�mero 8/14. O trecho em que Nelma indaga Youssef se ele tem acesso ao delegado a PF intitulou "influ�ncia governo S�o Paulo". O grampo alcan�ou 512 mensagens entre Youssef, que se identifica por ‘Jaiminho’, e Nelma no per�odo de 28 de fevereiro a 14 de mar�o, no �mbito da Opera��o Dolce Vita, desdobramento da Lava Jato - foram quatro investiga��es simult�neas, cada uma relacionada a um grupo de doleiros.
Youssef foi preso no dia da deflagra��o da Lava Jato, 17 de mar�o. Nelma foi capturada dois dias antes no Aeroporto Internacional de S�o Paulo, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Mil�o (It�lia), com 200 mil escondidos na calcinha.
Multiconta. As intercepta��es revelam intensa atividade dos dois doleiros. No dia 28 de fevereiro, Youssef solicitou a Nelma "or�amento" para compra de US$ 80 mil. Ela pergunta se o pagamento "ser� feito em reais em esp�cie ou se atrav�s de transfer�ncia banc�ria". Em 6 de mar�o, ele diz que precisa comprar US$ 300 mil e pergunta se ela "tem alguma conta dispon�vel na Europa".
Nelma diz que tem uma conta na China que aceita dep�sito de euros. Youssef diz que o valor total � de 1,15 milh�o de euros. Ela sugere depositar 150 mil em conta sua na It�lia e o restante em uma conta na China. "� uma multiconta, n�o tem problema dep�sito em euros", ela diz. A Justi�a Federal abriu a��o contra Nelma, "grande operadora do mercado negro de c�mbio".
A soma da movimenta��o financeira de suas empresas de fachada atingiu R$ 103 milh�es, entre 2012 e 2013, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf). A Procuradoria da Rep�blica afirma que a doleira era "l�der do grupo criminoso, mandante e executora dos crimes financeiros"