Bras�lia - A presidente da Petrobr�s, Gra�a Foster, afirmou nessa quarta-feira em audi�ncia na C�mara dos Deputados que era responsabilidade do Conselho de Administra��o da estatal demitir o ent�o diretor de internacional da companhia, Nestor Cerver�, ap�s constatar falhas no parecer apresentado por ele e que levou � compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A presidente Dilma Rousseff, ent�o ministra da Casa Civil, estava � frente do colegiado em 2008, quando foi feito o diagn�stico sobre a omiss�o de cl�usulas consideradas importantes.
“Por que Cerver� n�o foi demitido? (Eu) N�o fazia parte do conselho na �poca. N�o posso responder a essa pergunta”, disse.“Quem demite e quem aprova diretores da Petrobr�s e da BR Distribuidora � o Conselho de Administra��o, que � o mesmo. Cabe apenas ao conselho. Tem o presidente do Conselho e os conselheiros, cabe a esse presidente do conselho justificar a aprova��o ou n�o de um diretor da nossa companhia”, afirmou Gra�a.
Lava Jato
A presidente da Petrobr�s considerou que a Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal causa profundo constrangimento � estatal. “A Lava Jato nos constrange profundamente”, afirmou. No �ltimo dia 17 de mar�o, a Pol�cia Federal deflagrou opera��o para desmontar um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcan�ado R$ 10 bilh�es. Entre os denunciados e j� alvo de processos est�o o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal. Costa � acusado de ser a liga��o do doleiro com a empresa. Ele teria, segundo a Pol�cia Federal, recebido propina para facilitar a movimenta��o de Youssef.
Em quatro horas de depoimento, ela voltou a qualificar a compra como “mau neg�cio”, mas fez acenos ao grupo do ex-presidente da Petrobr�s Jos� S�rgio Gabrielli ao dizer que, em 2006, quando obteve a primeira metade da refinaria, ele era “potencialmente bom”. Ap�s uma disputa judicial com a Astra Oil, s�cia do empreendimento, a estatal teve de comprar os outros 50%, o que elevou o valor de aquisi��o para US$ 1,24 bilh�o.
Gra�a repetiu argumentos da diretoria anterior atribuindo o preju�zo de US$ 530 milh�es �s mudan�as no mercado de petr�leo, � crise financeira internacional e � falta de investimentos para mudar o perfil da refinaria para o processamento de �leo pesado, como o produzido no Brasil. Sustentou, por�m, que as cl�usulas Put Option e Marlim, apontadas por Dilma como respons�veis pela pol�mica, eram importantes, ao contr�rio das vers�es de Gabrielli e Cerver�, que as trataram como “n�o relevantes” ou “in�cuas”.
Parlamentares governistas afirmaram que o tom conciliador da presidente da Petrobr�s em rela��o ao antecessor � um “ajuste no discurso pol�tico” ap�s Gabrielli, em entrevista ao
Estado
, ter sustentado que Dilma “n�o pode fugir � responsabilidade” por ter aprovado o neg�cio. Gra�a, por�m, acabou pondo a presidente em situa��o delicada ao destacar que caberia ao conselho comandado por Dilma punir o personagem tido como respons�vel pelo mau neg�cio.
“Nestor Cerver� virou culpado, mas antes era her�i? Na hora em que o assunto veio � tona, a presidente decide demiti-lo. Mas, antes disso, ele foi ser dirigente da Petrobr�s Distribuidora”, disse o l�der do PSDB na C�mara, Ant�nio Imbassahy (BA).
Gra�a cutucou os tucanos e disse que a estrat�gia de investir em refinarias no exterior vem de 1999, no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Gra�a afirmou que o preju�zo de Pasadena poder� ser revertido no futuro, como aconteceu com outros neg�cios da companhia, mas informou que o ativo n�o � uma prioridade no momento e s� n�o foi vendido para que a Petrobr�s pudesse ter acesso a todas as informa��es sobre o processo de compra.
Gra�a Foster j� havia dado explica��es sobre Pasadena, s� que no Senado, em 15 de abril.