Marcos Paulo Lima
Bras�lia – Um dos maiores medos da presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff, � ser lembrada, ao fim da Copa do Mundo de 2014, como a “Angela Merkel” brasileira. Em 2006, a chanceler alem� foi anfitri� do evento da Fifa e terminou com fama de p�-frio. Eliminada pela It�lia nas semifinais, a sele��o da casa venceu a decis�o do terceiro lugar contra Portugal.
Para sorte de Dilma, a primeira fase promete ser tranquila. O Brasil n�o � eliminado na etapa de grupos desde a Copa de 1966, na Inglaterra, quando a na��o era comandada pelo marechal Humberto Castelo Branco. Imposs�vel imaginar uma trag�dia semelhante em uma chave contra Cro�cia, M�xico e Camar�es. Cair nas oitavas tamb�m � rar�ssimo. A �ltima lembran�a � de 1990, no in�cio da Era Collor, na derrota por 1 x 0 para a Argentina.
Como respeito � bom e os advers�rios gostam, a hip�tese de queda nas oitavas n�o deve ser descartada na Copa de 2014. O advers�rio no primeiro mata-mata pode ser a atual campe�, Espanha, ou a vice, Holanda. Chile e Austr�lia s�o os azar�es do Grupo B.
As quartas de final s�o um trauma recente, com elimina��es diante da Fran�a (2006) e da Holanda (2010), ambas quando o presidente da Rep�blica era Luiz In�cio Lula da Silva. O inimigo da vez nas quartas pode vir do Grupo D. A chave conta com tr�s campe�es mundiais — a tetracampe� It�lia, o bi Uruguai, e a campe� Inglaterra.
Nas semifinais, o pesadelo pode ser ainda maior, com poss�veis cruzamentos contra a Fran�a, carrasco verde-amarelo em 1986, 1998 e 2006, ou a Alemanha, sedenta de vingan�a depois de perder o t�tulo de 2002 justamente para o Brasil.
Se Brasil e Argentina terminarem em primeiro nas chaves e tiverem sucesso ao longo do mata-mata, Dilma assistir�, de camarote, no Maracan� – provavelmente ao lado da amiga Cristina Kirchner –, � final mais esperada da hist�ria das Copas. Neste �ltimo caso, ela ter� de provar ao papa Francisco que Deus � mesmo brasileiro. Do contr�rio, sentir� na pele a mesma tristeza de Eurico Gaspar Dutra, presidente da Rep�blica no ano em que o pa�s chorou a derrota para o Uruguai no Maracanazo de 1950. As consequ�ncias poderiam ser terr�veis nas elei��es de outubro. Dilma sabe disso.