
Os respons�veis por manter a ordem e a seguran�a p�blica em Minas Gerais v�m tendo uma atua��o digna de aplausos – pelo menos na avalia��o de dois deputados estaduais egressos da corpora��o militar. Desde o ano passado, os dois parlamentares que disputam o voto da categoria para se manter nos mandatos, Sargento Rodrigues (PDT) e Cabo J�lio (PMDB), travam uma batalha para ver quem mais parabeniza policiais militares, civis, bombeiros e outros agentes da seguran�a pelos seus feitos nas ocorr�ncias registradas pelos batalh�es mineiros. Ao todo, os dois foram respons�veis por 679 requerimentos de congratula��es para este p�blico em 2013 e 2014. Nos dois anos anteriores n�o foi registrado nenhum pedido desses pelos dois.
J� o deputado Sargento Rodrigues apresentou este ano 67 solicita��es de aplausos para policiais, com quatro pedidos de recompensa. Na lista est�o congratula��es a soldados por apreens�es de maconha, pris�o de assaltantes, elucida��o de casos de explos�o de caixas banc�rios, apreens�o de armas e outras ocorr�ncias. Al�m dos militares, Rodrigues tamb�m parabeniza policiais federais e civis. Em 2013, foram 108 requerimentos para aplaudir a atua��o dos policiais.
Os requerimentos de aplausos ou congratula��es aprovados na Assembleia d�o origem a impressos em que o Legislativo registra o reconhecimento pela atua��o dos listados. No texto modelo da homenagem � inclu�do o nome do deputado estadual que a requereu. N�o raro, esses “diplomas” s�o exibidos em quadros pelos que recebem o reconhecimento.
Politicagem
O presidente da Central �nica dos Militares Estaduais de Minas Gerais (Cume), sargento Walter Carvalho de Souza Fagundes, explica que ainda n�o h� abertura pol�tica para a divulga��o de candidaturas da classe nos quart�is. Ele deve levar o assunto ao novo Comando Geral. Para ele, os aplausos concedidos pelos pol�ticos com mandato s�o “atos politiqueiros”. “Pol�tica s�ria vem ao encontro da necessidade de cada classe, mas respeitando o direito de escolha de cada um”, afirmou. Ele cobra mais organiza��o da categoria como um caminho para aumentar a bancada dos militares.
Segundo Sargento Rodrigues, os aplausos est�o previstos no regimento interno da Assembleia e s�o uma forma de enaltecer trabalhos que saltam aos olhos. “Muitas vezes, a pol�cia acerta e o poder p�blico e parcela da imprensa n�o reconhecem tanto. Isso valoriza a atividade policial, eles agradecem e ficam felizes”, justificou o deputado. Rodrigues disse ser pioneiro na apresenta��o das homenagens, que afirmou fazer somente em casos especiais. “Particularmente, tenho o zelo de procurar fazer uma triagem, porque ocorr�ncias tem milhares todo dia. Busco as de maior complexidade”, afirmou.
J� Cabo J�lio, campe�o das indica��es, diz que o volume de requerimentos de aplausos aumentou com sua chegada � Assembleia, pois ele tomou a iniciativa de voltar a enviar. “Todo mundo s� d� porrada na pol�cia, verifiquei que a tropa estava desestimulada e come�amos a fazer esse trabalho. Agora eles pr�prios me mandam ocorr�ncias para a gente homenagear”, afirmou Cabo J�lio, que citou como uma das fontes para a escolha os grupos de mensagem no celular. A “recompensa” pedida em seus requerimentos, segundo Cabo J�lio, � dada em forma de pontua��o para os policiais, que podem ajudar na hora de uma promo��o ou mesmo para amenizar puni��es internas.
Os dois militares, que concorrem � reelei��o este ano, negam qualquer cunho eleitoral nas mensagens. “Sou autor de 40 leis, sendo quatro delas emendas � Constitui��o e quatro leis complementares. Fui eu que fiz a negocia��o salarial das pol�cias, tenho trabalho prestado, n�o preciso usar desse artif�cio”, garantiu Sargento Rodrigues. J� Cabo J�lio disse ter votos suficientes. “� um voto que eu j� tenho. Todos os meus votos sempre foram da pol�cia”, afirmou.