A desembargadora Marcia Perrini Bodart, da 7ª C�mara Criminal do Tribunal de Justi�a do Rio, negou a liberta��o do caseiro Rog�rio Pires, que trabalhava no s�tio do coronel reformado do Ex�rcito Paulo Malh�es, assassinado em 24 de abril. Ela determinou � 2ª Vara Criminal de Nova Igua�u, respons�vel pelo caso, que at� o pr�ximo dia 31 envie informa��es sobre o processo � C�mara. S� ap�s a an�lise dos dados requeridos a desembargadora decidir� se mant�m o caseiro na cadeia.
Apesar de os delegados da Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense (DHBF) afirmarem que o caseiro entrou em contradi��o durante os depoimentos e assumiu participa��o no crime, a defensora afirma que n�o houve confiss�o. Ela tamb�m apontou uma s�rie de "irregularidades gritantes" cometidas pela pol�cia durante as investiga��es. Citou, como exemplo, o fato de o caseiro ter prestado depoimento sem a presen�a de um advogado. Diz tamb�m que no inqu�rito policial n�o existe depoimento em que Pires teria confessado envolvimento no assalto ao s�tio.
Senado
A Comiss�o de Direitos Humanos (CDH) do Senado vem acompanhando as investiga��es sobre a morte de Malh�es. Em relat�rio sobre a visita de integrantes da comiss�o ao Rio, em 6 de maio (quando conversaram com Pires e com os delegados respons�veis pelo caso), os parlamentares questionam as linhas de investiga��o seguidas pela pol�cia (latroc�nio, homic�dio por vingan�a e queima de arquivo).
"Embora a Pol�cia Civil do RJ afirme trabalhar com todas as linhas de investiga��o, sem descartar nenhuma hip�tese, o seu foco real � o homic�dio e o procedimento relatado prende-se ao latroc�nio, sem qualquer rela��o com a vida pregressa do coronel Paulo Malh�es. Ao que foi informado, a investiga��o n�o se aprofunda sobre o roubo do disco r�gido dos computadores e dos documentos (que estavam na casa)", diz o documento.
Em mar�o, Malh�es confessou �s comiss�es da Verdade do Rio e nacional que torturou presos pol�ticos durante a ditadura militar e participou do desaparecimento do corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva. Para a CDH "o Estado brasileiro falhou, porque houve neglig�ncia em rela��o � prote��o da vida do depoente". Os parlamentares tamb�m pedir�o ao Procurador Geral de Justi�a do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, que designe dois membros do Minist�rio P�blico para acompanharem o caso.