Porto Alegre - O senador Pedro Simon (PMDB-RS) soube que o colega de partido Jos� Sarney (PMDB-AP) n�o concorreria novamente ao Senado h� quase duas semanas, antes de a aposentadoria ser anunciada. "Quando conversei com ele sobre a minha decis�o de deixar a vida p�blica, ele me revelou que estava com as mesmas inten��es", disse o ga�cho. A not�cia de que Sarney abriu m�o de se candidatar veio a p�blico na segunda-feira.
Simon explicou que, num primeiro momento, n�o levou a s�rio a revela��o de Sarney de que n�o pretendia mais concorrer. "Mas da� ele me disse que a mulher (Marly) n�o estava muito bem de sa�de e que precisava cuidar dela, ent�o achei que ele realmente estava com pretens�es de largar", revelou.
A aposentadoria de Sarney, de acordo com Simon, n�o estaria relacionada a pol�micas, falta de popularidade ou medo de perder a elei��o. "N�o � por a� que ele se assusta, pelo contr�rio. Se for por a� ele � capaz de ficar para dar a volta nos problemas. At� porque, se repararmos, a figura que esteve mais no topo na pol�tica brasileira foi ele", comentou.
Para Simon, a decis�o de Sarney s� ser� adiada se o colega n�o conseguir convencer as pessoas pr�ximas a ele. "O que pode acontecer � que tem muita gente no PT, como o Lula e a presidente, e l� da �rea do Sarney tamb�m, que querem insistir para que ele seja candidato. No meu caso n�o tem (risos)", disse. "Tem tanta gente em volta dele, que de certa forma depende dele... Mas eu n�o saberia responder como ele vai lidar com isso."
Com a mesma idade de Sarney - 84 anos -, Simon est� cada vez mais isolado no PMDB. Ele tem dito que n�o ir� disputar as elei��es porque deseja descansar, mas tamb�m porque est� decepcionado com os rumos tomados pelo partido que ajudou a fundar. Simon � um dos principais opositores � alian�a do PMDB com o governo de Dilma Rousseff, fala que a legenda se rendeu � pol�tica do "troca-troca" de cargos e costuma fazer duras cr�ticas a Sarney e outras lideran�as peemedebistas.