O presidente do Senado, Renan Calheiros, comanda uma a��o de seu partido, o PMDB, para ampliar a influ�ncia no setor el�trico do governo federal diante do ocaso de Jos� Sarney, aliado dos petistas que anunciou semanas atr�s sua retirada da vida p�blica.
Um dos barrados � o atual diretor-geral da ag�ncia, Romeu Rufino que ficaria, com a aprova��o, mais quatro anos no cargo mais alto do �rg�o. Ou seja, quem for indicado para o cargo ficar� no comando da Aneel independentemente de quem for eleito presidente em outubro.
A guerra pelo controle el�trico envolve o "esp�lio" de Sarney, senador que mant�m forte influ�ncia na �rea. Em caso de reelei��o de Dilma, a disputa por cargos de dirigentes no Minist�rio de Minas e Energia e em estatais deve se intensificar.
Desde o in�cio do governo Dilma, em 2011, os peemedebistas se ressentem da perda de espa�o na �rea. A petista, que foi a primeira ministra de Minas e Energia de Lula e respons�vel pelo modelo de gest�o do setor, promoveu uma "limpeza" nas indica��es do PMDB na �rea. Apenas Sarney manteve sua influ�ncia. No fim do governo Lula, o partido chegou a ter praticamente uma "porteira fechada" no setor - jarg�o para definir o controle de todo o minist�rio e das estatais.
No plen�rio
Na quarta-feira, 16, � noite, os senadores decidiram n�o apreciar a recondu��o de Rufino para o cargo de diretor-geral da Aneel nem de Tiago de Barros Correia para assumir pela primeira vez o posto de diretor na ag�ncia. Na mesma manh�, a indica��o dos dois e a recondu��o de Andr� Pepitone - ligado ao PMDB - haviam sido aprovadas em tranquilas vota��es secretas na Comiss�o de Servi�os de Infraestrutura, reuni�o tradicionalmente esvaziada.
No plen�rio, contudo, Renan anunciou que s� havia acordo para a vota��o de um dos nomes - curiosamente o ligado ao seu partido. Publicamente, o presidente do Senado culpou o fato de as indica��es terem chegado � Casa na quinta-feira da semana passada. "O Senado est� fazendo tudo para apreciar os nomes, mas n�o com essa pressa que est�o cobrando do presidente do Senado", protestou. "Por favor! Desculpem-me, mas essa quest�o n�o pode ser levada assim, contra o regimento, atropeladamente, sem calend�rio. N�o � culpa do Senado. Os nomes chegaram aqui quinta-feira", disse Renan.
Ap�s uma s�rie de conversas em plen�rio, a Casa decidiu aprovar em plen�rio apenas a indica��o de Pepitone, que est� no �rg�o desde 2010.
Elei��o
A rebeli�o foi bancada pelo presidente do Senado, respons�vel por comandar a pauta de vota��es, com o apoio de dois peemedebistas: o l�der do partido no Senado, Eun�cio Oliveira, que � candidato ao governo do Cear� numa chapa que tem como postulante ao Senado o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati, e o senador Romero Juc� (PMDB-RR), que, al�m de, no seu Estado, ter se aliado a opositores de Dilma, teve um indicado seu para a Companhia Hidro El�trica do S�o Francisco (Chesf) barrado pelo governo.
Com a decis�o do plen�rio do Senado, na pr�tica a diretoria da Aneel vai funcionar com o qu�rum m�nimo de vota��o, que � de tr�s dos cinco diretores. As pr�ximas sess�es de vota��o do plen�rio da Casa, nas quais podem ser apreciadas as indica��es, est�o marcadas para 5 e 6 de agosto e o mandato de Rufino na Aneel se encerra uma semana depois, no dia 13. Rufino avalia que a sinaliza��o do Senado � de que a an�lise das indica��es no plen�rio deve ocorrer na semana de vota��o no pr�ximo m�s. Ligado a Sarney, o ministro das Minas e Energia, o peemedebista Edison Lob�o, era favor�vel � aprova��o dos nomes.