
Dilma tamb�m perdeu terreno para o tucano A�cio Neves, que, no Rio de Janeiro, vai concorrer contando com o movimento Aez�o, dos peemedebistas que apoiam a reelei��o do governador Luiz Fernando Pez�o (PMDB) e tamb�m o tucano para a Presid�ncia da Rep�blica. Na Bahia, A�cio tamb�m conseguiu fechar alian�a com o PMDB, que disputa com Paulo Souto (DEM) na cabe�a da chapa e um tucano na vice.
Outra legenda que decidiu apoiar a reelei��o de Dilma, o PP, tamb�m se viu rachada. A ala que tem o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, tentou anular a conven��o e, mesmo sem sucesso, vai fazer campanha para A�cio. O PDT, que nacionalmente fechou apoio � reelei��o de Dilma, fica com A�cio em Minas Gerais, segundo col�gio eleitoral e base do tucano. O PTB, por�m, que em sua conven��o nacional formalizou alian�a com o senador mineiro, tamb�m j� tem um racha em sua bancada no Congresso que, contrariando o partido, decidiu ficar com Dilma.
At� mesmo no PSB de Eduardo Campos h� defec��es. Em S�o Paulo, por exemplo, a legenda se uniu ao PSDB pela reelei��o do governador Geraldo Alckmin. Em Minas, os socialistas tentaram fazer o mesmo – apoiando o ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga (PSDB) –, mas, enquadrados pela dire��o nacional, acabaram decidindo lan�ar o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarc�sio Delgado. Revoltados, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e os deputados estaduais do PSB decidiram fazer campanha para Pimenta assim mesmo.
Para o cientista pol�tico Rud� Ricci, as infidelidades partid�rias no Brasil s�o cada vez mais comuns por causa da fragilidade das legendas e ao mesmo tempo do desligamento dos eleitores com as quest�es partid�rias. Enquanto nos partidos h� uma cultura de que os “donos” decidem os candidatos sem preocupa��o com o interesse popular, entre os eleitores h� o padr�o de votar em quem � mais carism�tico, ou seja, quem parece trazer para eles um benef�cio mais concreto. “Os integrantes dos partidos muitas vezes fazem dissid�ncias para entrar na fila dos cargos, n�o tem a ver com ideologia. Esse � o jogo no Brasil, no qual os eleitores n�o t�m a menor capacidade de influir”, explicou.
Trai��es em s�rie
Os partidos dos tr�s principais candidatos ao governo em Minas tamb�m contabilizam baixas e ades�es e, pelo menos por enquanto, para a maioria vale a pol�tica do “chifre trocado n�o d�i”. O PSB, depois de anunciar a candidatura de Tarc�sio Delgado ao governo, � o que mais teve trai��es anunciadas publicamente. Al�m da bancada estadual, que pediu para apoiar o tucano Pimenta da Veiga, o prefeito Marcio Lacerda e o rec�m-filiado Alexandre Kalil, presidente do Atl�tico, chamaram a imprensa para dizer que s�o dissidentes.
O presidente do PSB mineiro, deputado federal J�lio Delgado, at� agora n�o fala em puni��o. Disse que vai esperar a campanha come�ar para ver qual ser� o comportamento dos filiados, que ainda espera ter de volta no projeto do partido. “Vamos continuar a caminhada e quem sabe o nosso nome colocado empolgue a popula��o e eles voltam para o nosso lado”, afirmou. Para Delgado, a dissid�ncia “n�o incomoda” e j� era esperada, pois o grupo rebelde votou contra a candidatura pr�pria na conven��o. O PSB, por sua vez, garante que tamb�m receber� apoio de insatisfeitos de outros partidos, como o PMDB.
No PSDB tamb�m n�o se fala em puni��o, mas, para o presidente da legenda, deputado federal Marcus Pestana, n�o haver� trai��o. Ao contr�rio, ele afirma que o candidato do partido tem recebido, al�m do PSB, apoio de prefeitos do PMDB. “A infidelidade tem que ser a coisa mais secreta do mundo, a� a gente n�o mapeia. Mas sempre temos grande parte dos prefeitos e vereadores do PMDB e a simpatia do PSB ao nosso projeto. L� (PSB), quem tem mais votos est� conosco”, afirmou.
O PT tamb�m n�o revela quem s�o os “amantes”, pois acredita que cabe aos infi�is se revelarem, mas contabiliza ades�es do PP, PSB, PSD e at� no PSDB. “Do PT n�o temos not�cia, pelo contr�rio, a informa��o � que 100% est�o antenados com nossos movimentos. Se tiver infidelidade vamos expulsar”, afirma o presidente do partido, deputado federal Odair Cunha.