
Advers�rio de Dilma nas urnas em outubro, o senador A�cio Neves (PSDB) disse que � necess�rio reconhecer o avan�o do Brasil nas �ltimas d�cadas, mas tamb�m superar a desigualdade social. “(O IDH) revela a necessidade de pol�ticas p�blicas que promovam o desenvolvimento regional, diminuindo a desigualdade entre as regi�es do pa�s. Hoje, poucos estados s�o respons�veis por elevar o IDH brasileiro. As diferen�as precisam diminuir tamb�m entre cidades, bairros e fam�lias, pelas quais a a��o governamental precisa come�ar.”
O IDH n�o mede o desenvolvimento por munic�pio no pa�s. Mas o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil, divulgado pelo Pnud em 2013, mostra essas disparidades. O Distrito Federal, por exemplo, � apontado com um dos melhores �ndices de renda, longevidade e educa��o, recebendo a classifica��o de “muito alto” desenvolvimento. Mas, logo ao lado, no Entorno, em cidades como o Novo Gama, a realidade � outra. O desenvolvimento � "m�dio". Enquanto Bras�lia ficou na 9ª posi��o no ranking, Novo Gama ficou em 2.332ª.
Para o secret�rio-geral do PSB, Carlos Siqueira, a desigualdade “reflete a leni�ncia do governo com as pol�ticas sociais”. “S�o insuficientes para melhorar. H� muita concentra��o de riqueza e pol�ticas muito fr�geis para avan�ar em �reas como saneamento. � importante reconhecer que houve avan�o, mas ainda fizemos muito pouco em termos de pol�ticas sociais.”
J� o l�der do PSDB na C�mara, Antonio Imbassahy, critica a lentid�o do crescimento. “Isso � claramente percebido pela popula��o. A realidade � bem diferente da propaganda do PT. Mostra que o governo perdeu tempo. Foi negligente durante a �ltima d�cada. Tivemos muitas oportunidades de surfar na onda do crescimento mundial, mas o PT procurou o caminho mais f�cil ao fazer apenas pol�ticas de distribui��o de renda, sem observar outros fatores importantes”, ataca. A desigualdade tamb�m diminui em ritmo lento. Em 2011, o IDH ca�a 27,2% quando se ajustava ao item, ou seja, apenas 0,2 ponto percentual a mais que 2013.
O dado que refor�a o ritmo lento de crescimento brasileiro � que, embora tenha subido no ranking de 2012 para 2013, o pa�s perdeu quatro posi��es entre 2008 e 2013. O IDH do Brasil avan�ou de 0,731 em 2008 para 0,744 em 2013. Em outras palavras, outros pa�ses cresceram mais r�pido que o Brasil no per�odo.
COMEMORA��O J� o governo brasileiro comemorou o aumento do IDH. Os ministros do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, da Sa�de, Arthur Chioro, e da Educa��o, Henrique Paim, fizeram uma an�lise dos avan�os em cada �rea, mas contestaram os dados usados pelo Pnud. “O governo avalia de maneira muito positiva. O pa�s � citado quase 20 vezes pelo relat�rio, sempre destacando os avan�os”, diz Tereza, acrescentando que “temos dados mais atualizados sobre a maioria dos itens usados para compor o IDH, mas o Pnud usa antigos”. “Queremos uma compara��o com dados recentes para mostrar realmente o quanto avan�amos nos �ltimos anos."
O governo recalculou o �ndice usando dados atualizados. Para Tereza, o IDH brasileiro � de 0,764. Embora a ministra tenha dito que, com esse novo �ndice, o Brasil subiria para 67ª posi��o no ranking, n�o e poss�vel fazer essa compara��o, pois o governo n�o recalculou o IDH de outros pa�ses que comp�em a lista do Pnud. Como uma das apostas para melhorar a posi��o do Brasil no pr�ximo ranking, Chioro citou a ado��o do programa Mais M�dicos, um dos carros-chefes da propaganda petista nas elei��es deste ano.
RELAT�RIO O Pnud lan�ou nessa quinta-feira, em T�quio, o Relat�rio do Desenvolvimento Humano 2014. Na nota t�cnica sobre o Brasil, a ag�ncia destaca os avan�os do pa�s. Para Jorge Chediek, coordenador-residente do Sistema Na��es Unidas no Brasil e representante-residente do Pnud no Brasil, o investimento em programas sociais foi um dos respons�veis pela subida do pa�s no ranking. “Muitas pessoas falam da ideia de que tem de ter programas de sa�da, mas �s vezes, n�o vai ser poss�vel que as pessoas saiam permanentemente da pobreza, porque t�m um capital social muito baixo. A educa��o muito baixa, elas pertencem a regi�es muito pobres, t�m pouco capital social”, diz.
O relat�rio traz ainda dois outros �ndices: Pobreza Multidimensional e Desenvolvimento de G�nero. O primeiro � uma tentativa de identificar a pobreza n�o apenas pela renda per capita, mas tamb�m por priva��es em �reas como sa�de, educa��o e padr�o de vida. No Brasil, 3,1% da popula��o � multidimensionalmente pobre. J� o segundo � de 0,441 e, de acordo com Chediek, destaca que � necess�rio aumentar a presen�a feminina especialmente na pol�tica.