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Estado de Minas

H� 30 anos candidatos ao governo de Minas repetem discursos

Corrida pelo governo de Minas reedita pr�ticas e temas em pauta desde a disputa de 1982, a primeira do processo de redemocratiza��o. Na lista, metr�, d�vida do estado e minera��o


postado em 28/07/2014 00:12 / atualizado em 28/07/2014 07:58

Ex-ministro dos Transportes, Eliseu Resende afirmava que essa experiência facilitaria o atendimento às demandas de Minas no governo federal: acabou derrotado nas urnas(foto: Arquivo estado de Minas - 10/08/82)
Ex-ministro dos Transportes, Eliseu Resende afirmava que essa experi�ncia facilitaria o atendimento �s demandas de Minas no governo federal: acabou derrotado nas urnas (foto: Arquivo estado de Minas - 10/08/82)

“Na minha administra��o, o metr� ser� prioridade. Um transporte r�pido e barato para a popula��o da capital”, garantiu o candidato ao governo de Minas. “A d�vida de Minas alcan�ou um valor calamitoso, comprometendo as finan�as do estado. � inexplic�vel que a administra��o deixasse chegar a essa situa��o”, discursou o outro candidato. As palavras acima, muito parecidas com o que tem sido dito pelos atuais candidatos ao Pal�cio Tiradentes, s�o propostas feitas h� mais de tr�s d�cadas. Na primeira disputa eleitoral pelo governo de Minas durante o processo de redemocratiza��o – ainda nos �ltimos anos da ditadura militar –, os candidatos Tancredo Neves (PMDB) e Eliseu Resende (PDS) apontavam temas que at� hoje est�o na lista de promessas dos que pretendem assumir o governo a partir do ano que vem.


Al�m da amplia��o do metr� de Belo Horizonte e da negocia��o da d�vida de Minas, em 1982, os candidatos prometiam tamb�m maiores investimentos na educa��o, com sal�rios mais dignos para os professores, e a presen�a dos alunos por um tempo maior nas salas de aula, pol�ticas de regionaliza��o administrativa no estado para garantir que cada regi�o se voltasse para suas peculiaridades e o compromisso de trabalhar para que os munic�pios mineiros arrecadassem mais com a explora��o do min�rio. “Temos uma riqueza natural que vale muito, e Minas precisa ganhar mais com essa atividade”, disse Eliseu, ao discursar em Itabira. Hoje, as regras da minera��o continuam as mesmas definidas em 1967, e o Congresso n�o tem perspectiva de aprovar o novo c�digo para o setor neste ano.

Tancredo defendia mudança na condução da política e a conclusão de obras de mobilidade: venceu, mas deixou o governo para concorrer à Presidência(foto: Arquivo Estado de Minas - 19/9/82)
Tancredo defendia mudan�a na condu��o da pol�tica e a conclus�o de obras de mobilidade: venceu, mas deixou o governo para concorrer � Presid�ncia (foto: Arquivo Estado de Minas - 19/9/82)


As semelhan�as entre a campanha eleitoral em andamento e a de 1982 n�o param nas promessas dos candidatos. Assim como agora, quando partidos e pol�ticos aumentam a movimenta��o ap�s uma grande decep��o nacional no futebol com o fracasso da Sele��o Brasileira na Copa do Mundo, h� 32 anos uma outra derrota foi parar nos palanques. Em 5 de julho, dias antes do in�cio oficial da campanha, a Sele��o de Tel� Santana, que encantava torcidas no Mundial da Espanha, foi derrotada pela It�lia, no epis�dio que ficou conhecido como Trag�dia do Sarri�, em refer�ncia ao est�dio onde ocorreu a elimina��o brasileira. Dois dias depois, Tancredo falava sobre o impacto da derrota nas elei��es. “A derrota da Sele��o faz com que a elei��o ganhe intensidade e recrudescimento”, previu.

A corrida pelo voto dos 6,8 milh�es de eleitores mineiros – menos da metade dos mais de 15 milh�es que votar�o neste ano – tamb�m foi levada pelos partidos aos tribunais naquele ano. Ainda no fim do primeiro m�s de campanha, o PMDB questionou, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), uma propaganda de Eliseu Resende veiculada no r�dio e televis�o, que teria sido feita antes do prazo autorizado pela legisla��o. O PDS tamb�m tentou na Justi�a barrar atos de campanha de Tancredo Neves. Nenhuma das tentativas resultou em puni��o aos candidatos.

MOBILIDADE  As propostas sobre a mobilidade deram o tom da campanha eleitoral que marcou o retorno da democracia em Minas Gerais. Apoiado pelo ent�o presidente Jo�o Baptista Figueiredo, �ltimo general no comando do pa�s no per�odo militar, Eliseu se apresentou como homem capaz de entregar aos mineiros as principais obras reivindicadas pelo estado. “Como ministro dos Transportes (entre 1979 e 1982) sei o caminho e as demandas para fazer as obras necess�rias em Minas Gerais. Vamos transformar o estado em um canteiro de obras”, garantiu ele durante inaugura��o do viaduto da Mutuca, na BR-040, ao lado de Figueiredo.

Tancredo criticou as promessas do ex-ministro, afirmando que o partido de seu advers�rio estava no poder desde 1964 e pouca coisa tinha sido feita at� ent�o. Ele criticava a falta de di�logo entre os governantes, apoiados pelo regime militar, e a popula��o. “Antes de pensar em novas obras, Minas precisa terminar o que come�ou. Meu governo ter� um Pal�cio diferente desse dos �ltimos 12 anos, transformado em resid�ncia dos representantes da ditadura”, afirmou o senador.

Por sua vez, Tancredo tinha que enfrentar a afirma��o dos advers�rios de que, se eleito em 1982, n�o concluiria seu mandato, uma vez que teria interesse em disputar as elei��es presidenciais de 1985, que j� come�avam a ser planejadas. Eleito, ele deixou o Pal�cio da Liberdade dois anos depois para tentar – e vencer – a corrida para presidente, decidida indiretamente em col�gio eleitoral do Congresso.


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