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Estado de Minas

Ex-agentes da ditadura se calam nos casos Riocentro e Araguaia

Apesar do sil�ncio, eles pediram que a imprensa fosse retirada do local


postado em 30/07/2014 06:00 / atualizado em 30/07/2014 07:30

Tr�s militares que atuaram durante a ditadura militar foram ouvidos nessa ter�a-feira na Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), no Rio de Janeiro, e se recusaram a dar qualquer informa��o sobre importantes epis�dios do per�odo, como o atentado do Riocentro e a Guerrilha no Araguaia. Apesar do sil�ncio, eles pediram que a imprensa fosse retirada do local. O primeiro a ser ouvido, o general aposentado Nilton Cerqueira, considerou “absurda” a investiga��o dos casos passados 30 anos dos dois epis�dios. Ao todo, estavam previstos para ontem os depoimentos de oito pessoas, de um total de 21 que est�o sendo ouvidas desde o in�cio da semana. Em den�ncia do Minist�rio P�blico, Cerqueira � acusado de homic�dio doloso, atentado qualificado por motivo torpe, por n�o dar direito de defesa �s v�timas, e por uso de explosivos.

O coordenador da comiss�o, o jurista Pedro Dallari, lamentou que a posi��o dos militares tenha sido de se calar. “� uma contradi��o. Quem � inocente aproveita esse momento para se defender. Eles perderam a oportunidade de mostrar o outro lado, de contar suas vers�es dos fatos. � a manifesta��o completamente contradit�ria. Se h� erro, ele s� pode ser corrigido com depoimentos, elementos e documentos, e n�o com o sil�ncio”, disse Dallari, acrescentando que a CNV vai insistir nesta forma de apura��o dos casos. A integrante da comiss�o Rosa Cardoso contou que a oitiva do general – que era comandante-geral da PM na �poca do atentado do Riocentro – demorou uma hora e lhe foram feitas cerca de 10 a 12 perguntas, todas com a resposta: “Nada a declarar”. “Ele pediu para a imprensa se retirar da audi�ncia p�blica dizendo que m�dia distorce tudo. Fizemos de dez a 12 perguntas e ele n�o respondeu nenhuma”, relatou Rosa.

Paiva

Os militares e irm�os capit�es Jacy e Jurandir Ochsendorf seguiram na mesma linha de Cerqueira e optaram tamb�m pelo sil�ncio, sob orienta��o de seu advogado, Rodrigo Roca, que defende os tr�s ex-agentes. “O sil�ncio � orienta��o minha. N�o � desrespeito, n�o � desprest�gio nem desprezo pela comiss�o. Isso � para evitar o a�odamento de alguns, que acabam induzindo a Comiss�o ao erro, como aconteceu no caso do coronel Freddie Perdig�o. Ele teria sido reconhecido numa foto do acidente da estilista Zuzu Angel. S� que n�o � ele na foto. Isso � um erro, um erro hist�rico, que tem de ser evitado”, disse Roca. Os dois s�o acusados de torturar e assassinar o deputado federal Rubens Paiva, crime que aconteceu dentro do Destacamento de Opera��es de Informa��es (DOI). Para confundir as investiga��es, foi simulada uma tentativa de resgate e fuga de Paiva.

De acordo com a CNV, Jacy permaneceu apenas 15 minutos diante dos conselheiros. Na sa�da, ele ainda contou com a prote��o de um policial federal que faz a seguran�a do Arquivo Nacional, que impediu que a imprensa fizesse imagens do ex-sargento. Os irm�os Ochsendorf s�o apontados pelo Minist�rio P�blico Federal como autores dos crimes de fraude processual, associa��o criminosa armada e oculta��o de cad�ver. Integrante da comiss�o, o ex-ministro e advogado Jos� Carlos Dias tentou convencer os tr�s a dar sua vers�o, mas tamb�m n�o obteve sucesso. “� preciso rever atos hist�ricos para rescrever a hist�ria”, argumentou.

 


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