Laudo do m�dico-legista Nelson Massini, apresentado na manh� desta segunda-feira, 11, em audi�ncia da Comiss�o da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), comprova que o engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira, preso em agosto de 1971, durante a ditadura militar, foi torturado e morto dentro do Hospital Central do Ex�rcito (HCE).
Massini, que j� atuou em casos emblem�ticos como a chacina da Candel�ria, o massacre do Carandiru e a morte de Chico Mendes, concluiu que Raul Amaro foi torturado em pelos menos tr�s ocasi�es durante a semana em que permaneceu no HCE, a �ltimas delas na v�spera da morte. "M�dicos omitiram a real condi��o de morte do Raul. Acho que cabe neste caso um pedido de perd�o dos conselhos de medicina � fam�lia. Este caso comprova e d� in�cio � investiga��o de poss�veis novos casos", afirmou o m�dico-legista.
O sobrinho de Raul Amaro, Felipe Nin Ferreira, divulgou uma nota da fam�lia em que pede que o Conselho Federal de Medicina acompanhe a reconstru��o dos fatos. "Como uma institui��o m�dica poderia permitir e tolerar que atentados � vida de paciente pudessem ocorrer em suas depend�ncias? A fam�lia se sente chocada com a contradi��o entre o que j� � p�blico sobre o caso Raul Amaro e as vers�es oficiais de que a institui��o militar desconhece torturas ocorridas em pessoas mantidas presas sob sua responsabilidade durante a ditadura militar e manifesta a expectativa de algum procedimento das autoridades sobre o caso", escreveram os parentes do engenheiro e preso pol�tico.
A presidente da CEV-Rio, Nadine Borges, afirmou que a comiss�o n�o obteve resposta do Minist�rio da Defesa ap�s ter pedido, em duas ocasi�es, acesso aos prontu�rios do HCE. "Temos reuni�o marcada em breve com o Minist�rio P�blico Federal. Caso a gente n�o obtenha essa resposta, o caminho �, junto com o MPF e o Conselho Regional de Medicina, atuar neste sentido, para ter acesso aos prontu�rios, porque isso � sobretudo um direito das pessoas que por l� passaram. � inadmiss�vel que em 2014 que o Ex�rcito n�o forne�a os prontu�rios de quem foi atendido no HCE durante a ditadura."