A consist�ncia da candidatura de Marina Silva (PSB) � Presid�ncia dividiu ontem os partidos que formam a coliga��o pela reelei��o de Dilma Rousseff. Em reuni�o do Conselho Pol�tico, realizada no Pal�cio da Alvorada � noite, os presidentes do PT, Rui Falc�o, do PCdoB, Renato Rabelo, e do PDT, Carlos Lupi, apostaram que a "onda" Marina vai perder for�a e sua lideran�a no segundo turno, segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, vai murchar nas pr�ximas semanas.
Inicialmente candidata a vice-presidente pelo PSB, Marina Silva assumiu a cabe�a da chapa socialista ap�s a morte, na semana retrasada, do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Na primeira pesquisa Ibope ap�s a substitui��o, encomendada pelo Estado e pela rede Globo, Marina aparece cinco pontos porcentuais abaixo de Dilma no primeiro turno e abre vantagem de nove pontos porcentuais sobre a petista no segundo. "A Marina � como um bal�o japon�s: sobe r�pido mas desce r�pido tamb�m", afirmou Lupi, para quem Marina atingiu seu "teto" e deve cair gradualmente nas pesquisas daqui em diante, podendo ser ultrapassada pelo tucano A�cio Neves.
A avalia��o do pedetista, no entanto, n�o foi consensual dentre os presentes no Alvorada. De acordo com relatos, os dirigentes dos outros seis partidos aliados (PP, PR, PSD, PROS, PRB e PMDB) rebateram o otimismo e afirmaram no encontro que � preciso aguardar o desempenho da ex-ministra do Meio Ambiente nas pr�ximas pesquisas de inten��o de voto para ter um quadro mais certo da sua real consist�ncia.
Segundo apurou a reportagem, mesmo com as diverg�ncias de avalia��o os comandantes das legendas que apoiam a candidatura de Dilma pediram ajustes na campanha diante do novo cen�rio eleitoral. Um dos pleitos � que o programa de televis�o da petista, at� o momento focado basicamente em apresentar o que foi feito pelas administra��es do PT nos �ltimos 12 anos, adote um tom mais propositivo.
Al�m do mais, o comando da campanha j� prepara um processo de desconstru��o da figura da ex-ministra do Meio Ambiente a partir do que consideram incoer�ncias. Se exploradas de forma adequada, dizem os aliados, elas custar�o votos � pessebista. Para transmitir a ideia de que a eventual elei��o de Marina traria ainda inseguran�a econ�mica, por exemplo, tamb�m dever� ser abordada a resist�ncia da candidata socialista a grandes obras de infraestrutura no Pa�s, entre elas as hidrel�tricas na regi�o amaz�nica.
Na reuni�o de ontem, foi pedido tamb�m um engajamento das siglas e das lideran�as regionais nesse embate com Marina, poupando a presidente dessa tarefa, ao menos por ora. Internamente, a avalia��o do comando da campanha � que uma mudan�a completa de rumo na campanha, com a petista abrindo m�o da polariza��o com os tucanos para entrar no confronto direto com a oponente do PSB, s� pode ser considerada se os levantamentos de inten��o de voto das pr�ximas semanas apontarem para a confirma��o da ex-ministra como principal advers�ria no pleito.
