Bras�lia, 05 - O nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi mencionado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimentos prestados � Justi�a na tentativa de conseguir o perd�o judicial por meio da dela��o premiada. A empresa UTC Engenharia tamb�m foi citada pelo ex-executivo como integrante do esquema que desviou recursos de contratos bilion�rios da Petrobras. As empresas ganhariam os contratos em troca de pagar propina de 3% para deputados e senadores, conforme antecipado pelo Broadcast nesta tarde.
No in�cio das investiga��es, foram citados nomes de v�rios parlamentares e partidos supostamente envolvidos no esquema de corrup��o. Entre eles, o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari, os deputados Andr� Vargas (sem partido-PR), Luiz Argolo (SD-BA) e o senador Fernando Collor (PTB-AL). O ex-diretor da Petrobras envolveu 32 deputados e senadores e um governador de cinco partidos pol�ticos que receberiam 3% de propina em neg�cios com contratos da Petrobras durante sua gest�o na diretoria de abastecimento da empresa. Desde a sexta-feira passada, Paulo Roberto est� prestando depoimentos di�rios que se estenderam por toda semana numa tentativa de conseguir o perd�o judicial por meio da dela��o premiada.
Paulo Roberto relatou aos policiais a forma��o de um cartel de partidos pol�ticos que atuavam para desviar recursos da Petrobras por meio de comiss�es em contratos arranjados. E exemplificou: "Todo dia tinha pol�tico batendo na minha porta". Num dos depoimentos, ele citou uma conta de um "operador do PMDB" em um banco europeu.
Paulo Roberto contou que os desvios nos contratos da Petrobras envolveriam desde o funcion�rio do terceiro escal�o at� a c�pula da empresa, durante sua gest�o na diretoria de Abastecimento.
O ex-executivo tamb�m citou nomes de empreiteiras que conseguiram os contratos. Inicialmente seu alvo foram as empresas, mas n�o havia como isentar os pol�ticos, uma vez que foram beneficiados com propinas. Por causa da cita��o aos pol�ticos, que t�m foro privilegiado, os depoimentos est�o sendo enviados para a Procuradoria Geral da Rep�blica.
A reportagem apurou que o acordo de dela��o premiada assinado por Paulo Roberto prev� praticamente o perd�o judicial. A pena ser� m�nima perto dos 50 anos que poderia pegar se respondesse aos processos. Paulo Roberto deve ficar um ano usando tornozeleira eletr�nica, em casa, no Rio, sem poder sair na rua.
Os depoimentos t�m sido longos. No primeiro dia, duraram mais de quatro horas. Pessoas que estiveram com ele dizem que est� exausto, mas se diz aliviado. O ex-executivo teria demonstrado preocupa��o apenas quando soube que a imprensa noticiou a dela��o premiada. Seu temor � se tornar um "arquivo vivo". S�o horas de relatos, acompanhados de um advogado, um delegado e um membro do Minist�rio P�blico.
Os depoimentos s�o todos filmados e tomados em uma sala na Cust�dia da PF. Ao final de cada dia, s�o lacrados e criptografados pelo MPF, que os envia diretamente para a PGR que mandou emiss�rio a Curitiba no in�cio do processo de dela��o. O doleiro Alberto Youssef, preso acusado de ser um dos cabe�as do esquema desbaratado pela Lava Jato, tamb�m tentou negociar com o MP uma nova dela��o premiada (ele fez a primeira no caso do Banestado), mas o advogado o demoveu da ideia porque pegaria pelo menos 3 anos de pris�o, em regime fechado.