Paulo de Tarso Lyra e Amanda Almeida
Bras�lia – A oposi��o vai exigir que a Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) da Petrobras convoque novamente o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, para detalhar outros nomes dos benefici�rios do esquema de corrup��o na empresa, j� batizado pela oposi��o de mensal�o 2. De acordo com reportagem da revista Veja, Paulo Roberto afirmou em depoimento � Pol�cia Federal que um cartel de empreiteiras funcionava dentro da Petrobras e desviava 3% dos valores dos contratos para pagar governadores e parlamentares do PT, PMDB, PP e PSB. Os oposicionistas querem ter acesso ao depoimento dado pelo ex-diretor � PF e ao Minist�rio P�blico Federal, que faz parte de um acordo de dela��o premiada proposto por Costa em busca de redu��o da pena.
Para o l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR), a CPI tem obriga��o de investigar a den�ncia e ouvir todos os parlamentares citados pelo delator. Na opini�o dele, � fundamental uma reuni�o de emerg�ncia amanh� da CPMI. “Vivemos um momento importante na Rep�blica. Os fatos est�o vindo � luz do dia e precisam urgentemente ser esclarecidos para que n�o caiam no esquecimento e o PT n�o consiga desviar a aten��o da sociedade brasileira com suas propagandas mentirosas. Precisamos de todas as informa��es sobre as den�ncias feitas por Paulo Roberto Costa para que possamos indicar rapidamente os caminhos para que o MPF e a Justi�a estabele�am os devidos processos legais contra todos os envolvidos”, ressaltou.
Coordenador jur�dico da campanha presidencial do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) lembra que, apesar do tempo ex�guo at� o processo eleitoral – s�o exatos 28 dias at� 5 de outubro –, � importante deixar a popula��o bem informada sobre o tema. Em 2006, Sampaio foi sub-relator da CPI dos Sanguessugas e pediu a cassa��o de 72 parlamentares. Destes, 67 n�o foram reeleitos. “Naquela ocasi�o, tivemos uma demonstra��o inequ�voca de que a popula��o, quando � bem informada, vota corretamente. O eleitor tem o direito de saber a diferen�a entre pol�ticos e bandidos antes de entrar na cabine de vota��o”, disse ele.
Desmentidos No campo governista, o dia foi de negar envolvimento no caso. Ao longo de todo o s�bado, praticamente todos os citados por Paulo Roberto Costa – segundo a revista – soltaram notas oficiais ou tiveram que dar explica��es aos seus pares. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que “nega e repudia as especula��es do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa”, afirmando que as rela��es dele com todos os diretores da estatal “nunca passaram dos limites institucionais”.
Renan, que assegurou ao vice-presidente Michel Temer ser inocente no caso, defendeu que a “dela��o premiada, quando usada para encobrir ou ocultar eventuais benefici�rios, deve redundar em um agravamento de pena daquele que tentou manipular os rumos da apura��o”. Seu companheiro na c�pula do Congresso, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nunca ter pedido nem recebido quaisquer recursos de Paulo Roberto Costa. “As insinua��es publicadas pela revista Veja, de forma gen�rica e sem apresentar evid�ncias sobre o meu nome, n�o podem ser tomadas como den�ncia formal nem fundamentada”, completou.
O ex-l�der do governo no Senado Romero Juc� (PMDB-RR) colocou-se � disposi��o para qualquer esclarecimento em torno do caso e disse que “nunca recebeu qualquer contribui��o de campanha e quaisquer outros recursos por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa”.
J� o secret�rio nacional de Finan�as do PT, Jo�o Vaccari Neto, negou que tenha tratado qualquer assunto partid�rio com Paulo Roberto Costa e negou que tenha estado alguma vez na sede da Petrobras, j� que as estatais s�o proibidas de fazer doa��es eleitorais.
O PSB divulgou uma longa nota afirmando que o ex-governador Eduardo Campos sempre lutou para preservar a Petrobras, incentivou a cria��o da CPMI para investigar a corrup��o na empresa e orientou os parlamentares socialistas a apoiar a inclus�o da refinaria Abreu e Lima nas investiga��es. “Morto, Eduardo Campos n�o pode se defender. Mas seu partido o far�, em todos os n�veis, pol�ticos e judiciais, no c�vel e no criminal, e para esse efeito j� est� requerendo acesso ao conte�do integral do depoimento do administrador da corrup��o na Petrobras”, afirma a nota, assinada pelo presidente do partido, Roberto Amaral.
O ex-governador do Rio S�rgio Cabral Filho afirmou que “jamais interferiu nas nomea��es ou nas decis�es gerenciais da Petrobras”. A governadora do Maranh�o, Roseana Sarney (PMDB), afirmou: “nunca participei de esquema de corrup��o e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza”.