Cerver� de volta � CPI Mista da Petrobras

Bras�lia – Ainda sob o impacto das den�ncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao Minist�rio P�blico Federal e � Pol�cia Federal, a Comiss�oParlamentar de Inqu�rito (CPI) Mista que investiga as irregularidades na estatal ouvir� hoje o depoimento do tamb�m ex-diretor Nestor Cerver�. Ao lado de Costa, ele fazia parte da diretoria que aprovou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que causou preju�zos de R$ 1 bilh�o aos cofres da empresa. Cerver� ainda ter� de explicar a aquisi��o de um apartamento de R$ 7,5 milh�es em Ipanema. “� um valor muito alto para qualquer cidad�o”, disse o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), que vai pedir a convoca��o da mulher do ex-dirigente, Patr�cia Cerver�.

O depoimento, marcado para a tarde de hoje, ser� precedido por uma reuni�o do presidente da comiss�o, senador Vital do R�go (PMDB-PB), com os demais integrantes da CPI Mista. O encontro foi pedido por Bueno, que pressiona o colegiado a solicitar ao Minist�rio P�blico e � Pol�cia Federal c�pia do depoimento de Paulo Roberto Costa, sob a �gide da dela��o premiada. Nele, o ex-diretor da Petrobras lista uma s�rie de senadores e deputados que teriam recebido propina da estatal. Integrantes da CPMI tamb�m querem ouvir Costa novamente.

Bueno defende que, caso as den�ncias contra esses parlamentares – que incluem os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – sejam confirmadas, os casos devem ser encaminhados aos respectivos Conselhos de �tica. Um dos citados no depoimento de Costa, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), encaminhou carta ao juiz S�rgio Moro, que investiga o caso, dizendo-se perplexo e indignado com as acusa��es do ex-diretor da Petrobras e que renunciar� ao mandato caso surja qualquer evid�ncia de relacionamento entre ele e Paulo Roberto Costa. A exemplo do senador C�cero Lucena (PSDB-PB), Nogueira vai exonerar o servidor que teve passagens a�reas pagas pelo doleiro Alberto Youssef.

N�o � apenas a oposi��o que deseja ter acesso � integra do depoimento de Paulo Roberto Costa. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), Jorge Hage, pediu ontem ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, acesso �s informa��es da dela��o premiada, j� que elas seguir�o diretamente para a PGR, sem passar pelo crivo do juiz S�rgio Moro. Na segunda-feira, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, havia enviado solicita��o � Pol�cia Federal para obter o teor da dela��o, a pedido da presidente Dilma Rousseff. Os dados est�o em segredo de Justi�a.

No of�cio, Hage alega que a CGU j� tinha obtido autoriza��o do juiz federal S�rgio Moro para o compartilhamento de informa��es do inqu�rito da Opera��o Lava a Jato. Hage reitera, por�m, ser necess�ria nova autoriza��o por se tratar de depoimento prestado por acordo de colabora��o. Para o ministro, o teor do depoimento auxiliar� nas investiga��es em andamento pela CGU.

No Planalto, a ordem � aguardar mais informa��es, j� que, at� o momento, a avalia��o � de que a divulga��o de nomes sem a devida responsabiliza��o de cada um deles torna a den�ncia vaga.

Tentativa de fuga

Quatro acusados da Opera��o Lava a Jato – investiga��o sobre lavagem de R$ 10 bilh�es e corrup��o na Petrobras – tentaram fugir no dia 3, segundo relat�rio elaborado pelo Departamento de Execu��es Penais da Secretaria de Justi�a do Paran�. Segundo o relat�rio de um agente penitenci�rio, Carlos Habib Chaper, Rene Luiz Pereira, Andr� Cat�o de Mirada e Andr� Luiz Paula dos Santos, investigados pela Pol�cia Federal, pediram para “melhorar a ventila��o” de uma viatura em que eram conduzidos, logo ap�s uma audi�ncia na Justi�a Federal em Curitiba. O agente Leonardo Cazais disse ter sido surpreendido pelos presos, que tentaram empurr�-lo com a porta do cambur�o, mas foram contidos por ele. Os quatro acusados foram encaminhados para uma cela de isolamento na Casa de Cust�dia de S�o Jos� dos Pinhais.