Rio - Ap�s seis meses de trabalhos e pelo menos dois adiamentos, a auditoria interna da Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, n�o chegou a qualquer conclus�o sobre as irregularidades do neg�cio. A demora foi criticada por conselheiros da empresa na �ltima reuni�o do Conselho de Administra��o, quando o conte�do da dela��o do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, foi discutido. Em seu depoimento, Costa revelou operar esquema para pagamento de comiss�es a partidos e pol�ticos aliados do governo federal.
A investiga��o sobre Pasadena foi aberta no dia 24 de mar�o. � �poca, a auditoria foi aberta ap�s a presidente da estatal, Gra�a Foster, dizer que desconhecia a exist�ncia de um comit� de propriet�rios na refinaria. Segundo a executiva, Paulo Roberto Costa representava a Petrobras no �rg�o com poderes acima do conselho de administra��o.
O prazo previsto para conclus�o das apura��es era de 45 dias, mas a estatal prorrogou a auditoria pelo menos duas vezes - em maio e em junho. Os adiamentos s�o autorizados pela pr�pria Gra�a Foster sob a alega��o de que era necess�rio ouvir mais testemunhas. Procurada durante toda a semana, a Petrobras n�o se pronunciou sobre a demora na conclus�o das auditorias.
Em junho, ao justificar um novo adiamento da auditoria, a presidente Gra�a Foster disse que a estatal "n�o investiga". "A Petrobras n�o � pol�cia. A gente ouve as pessoas, v� os contratos, faz relat�rios e tem obriga��o de entregar aos �rg�os de controle. Pasadena est� em curso ainda, � complicado", disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Em maio, conselheiros e dire��o da empresa j� haviam divergido sobre as auditorias. O presidente do conselho, o ministro da Fazenda Guido Mantega, decidiu alterar a composi��o do Comit� de Auditoria, um �rg�o auxiliar ao conselho que ajuda no controle interno dos processos e finan�as da empresa. Na ocasi�o, dois conselheiros independentes foram substitu�dos por integrantes ligados ao governo, como a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Refinarias
Tamb�m n�o h� conclus�o sobre os contratos das obras do Comperj, no Rio de Janeiro, e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, dois projetos tocados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. As auditorias foram abertas em abril. O ex-diretor confirmou que as empresas contratadas para as obras pagaram comiss�o de 3% a pol�ticos da base aliada do governo, como PT, PMDB e PP, al�m de governadores dos estados beneficiados com as obras.
Outras duas comiss�es, para investigar den�ncias envolvendo as empresas SBM Offshore e Ecoglobal. Na primeira, a estatal concluiu as investiga��es ao avaliar que n�o havia ind�cios de irregularidades no caso. A segunda auditoria resultou no cancelamento do contrato de R$ 443 milh�es da Ecoglobal com a Petrobras por "viola��o de boa-f�" em rela��o � composi��o acion�ria da empresa.
A suspeita, levantada durante a Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, � que a Ecoglobal tinha v�nculo indireto com Paulo Roberto Costa. Ap�s o cancelamento do contrato, a empresa entrou com pedido de recupera��o judicial. Em sua defesa, a Ecoglobal desmentiu a vers�o da Petrobr�s e disse ter informado corretamente sua composi��o acion�ria. A empresa tamb�m afirmou ter sido usada como 'bode expiat�rio' pela estatal.