Em depoimento � Justi�a Federal no Paran�, o doleiro Alberto Youssef, preso na Opera��o Lava Jato por integrar esquema de lavagem de dinheiro, informou que, em 2004, o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva foi pressionado por partidos aliados a aceitar a indica��o de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo Youssef, “agentes pol�ticos” trancaram a pauta no Congresso para for�ar a nomea��o, feita pelo l�der do PP � �poca, Jos� Janene, que morreu em 2008.
Deflagrada no dia 17 de mar�o, a opera��o da PF descobriu esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos p�blicos, que teria movimentado cerca de R$ 10 bilh�es. O esquema, segundo a PF, era comandado pelo doleiro, que est� preso no Paran� e aceitou assinar acordo de dela��o em troca de redu��o da pena.
No entanto, o depoimento de ontem, ao juiz S�rgio Moro, da 13ª Vara da Justi�a Federal de Curitiba e respons�vel pelo caso, n�o est� relacionado ao acordo dela��o. Paulo Roberto Costa tamb�m prestou depoimento em Curitiba nessa quarta. Alberto Youssef usou as express�es agentes pol�ticos e agentes p�blicos em refer�ncia a outros envolvidos na investiga��o sobre desvios de dinheiro de contratos da Petrobras. Os termos foram usados por recomenda��o do juiz S�rgio Moro para manter o sigilo dos nomes de outros envolvidos. Como t�m foro privilegiado, os nomes desses agentes pol�ticos devem ser revelados posteriormente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O doleiro destacou que era apenas uma “engrenagem” na opera��o e que outras pessoas estavam acima dele e de Paulo Roberto Costa. “N�o sou mentor ou chefe da organiza��o criminosa. Tinha gente mais elevada, inclusive acima do Paulo Roberto Costa, no caso agentes p�blicos".
Perguntado se em outras diretorias havia opera��o semelhante � que ocorria na Diretoria de Abastecimento, Youssef respondeu: “N�o operei em outra diretoria, mas sei que existiam os mesmos moldes. Sei por conta dos pr�prios empreiteiros, os pr�prios operadores”. O juiz perguntou novamente se os empreiteiros afirmavam que havia esquemas semelhantes em outras �reas e o doleiro confirmou. “Sim. Em todas as �reas, tanto na Internacional quanto na de Servi�o”.
Youssef tamb�m detalhou o repasse do dinheiro pago por empresas vencedoras de licita��es da Petrobras. Segundo ele, elas combinavam quem ganharia a licita��o, e a vencedora pagava 1% do valor total da obra contratada. Segundo o doleiro, ele, Costa e os agentes pol�ticos, cujos nomes n�o revelou, recebiam esse percentual a t�tulo de comiss�o.