S�o Paulo – Nas primeiras entrevistas depois da reelei��o, a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem que o recado dado pelas urnas � de “mudan�a”. Ela defendeu uma consulta popular para avaliar a implanta��o da reforma pol�tica no pa�s e disse ter certeza de que o mercado, que viveu uma segunda-feira agitada, vai se acalmar. O Ibovespa fechou o dia com desvaloriza��o de 2,77% e o d�lar subiu para n�veis historicamente altos.
“Existem v�rias propostas na mesa, a oposi��o fala muito em fim da reelei��o”, afirmou, sobre a pauta defendida por A�cio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Dilma refor�ou a mensagem de uni�o que havia dito no discurso de vit�ria: “Nessa elei��o, mesmo com vis�es e posi��es contradit�rias, os brasileiros apresentaram uma vis�o comum: a busca de um futuro melhor. Essa busca � a grande base para que tenhamos uni�o.”
DI�LOGO A presidente disse que seu segundo mandato ser� de di�logo: “Temos de ser capazes de garantir as mudan�as que o Brasil precisa e exige. Isso ficou claro nas elei��es”. Disse tamb�m que est� comprometida em assegurar um pa�s mais moderno. “Acredito que, depois de elei��o, temos que respeitar todos os brasileiros, os que votaram em mim e os que n�o votaram em mim; abrir e construir, atrav�s do di�logo, as pontes para que possamos juntos fazer com que Brasil tenha um caminho de crescimento, de futuro.”
Ela afirmou ainda que o seu governo focar� na educa��o, cultura, ci�ncia e inova��o. No aspecto social, destacou o olhar para a popula��o mais pobre, mulheres, jovens e negros.
MERCADO Dilma afirmou que adotar� de forma clara todas as medidas que pretende tomar na pol�tica econ�mica, mas disse que levar� algum tempo para dar sinaliza��es e fazer an�ncios. “S�o as medidas que vou tomar. N�o � hoje”, disse na entrevista � Globo.
Ela ressaltou que j� havia externado que n�o iria esperar a conclus�o do seu primeiro mandato para iniciar todas as a��es “no sentido de transformar e melhorar o crescimento da economia”. Citou algumas a��es para empres�rios e micro e pequenos empreendedores feitas em seu primeiro mandato, como as desonera��es, e disse que vai continuar trabalhando para uma reforma tribut�ria: “Tenho a convic��o que Brasil precisa de uma reforma tribut�ria. � imposs�vel continuar com a sobreposi��o tribut�ria e a guerra fiscal”.
FAZENDA A presidente demonstrou inc�modo com perguntas, na entrevista ao Jornal da Record, sobre o novo ministro da Fazenda, j� que anunciou durante a disputa eleitoral a sa�da de Guido Mantega. Questionada sobre o perfil do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, a petista subiu o tom. Disse que n�o vai ficar incentivando especula��es sobre trocas ministeriais. “Gosto muito do Trabuco, mas acho que n�o seja o momento e a hora de discutir nomes para o pr�ximo governo. No tempo exato, darei o nome e perfil”, afirmou. “N�o vou discutir s� um ministro, vou discutir meu minist�rio”, completou.
Questionada se seria o momento de promover um choque de credibilidade para economia como o ex-presidente Lula fez em 2003, ela negou. “A situa��o � completamente diferente. Quando Lula foi eleito e tomou posse em 2003, t�nhamos uma taxa de desemprego de 11,4 milh�es, o sal�rio vinha de trajet�ria de queda. Hoje temos uma situa��o de elevado emprego e os sal�rios est�o com ganhos reais”.