Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff quer acabar com os feudos dos partidos na Esplanada dos Minist�rios, ao anunciar sua equipe do segundo mandato, e fortalecer a articula��o pol�tica do Pal�cio do Planalto. Decidida a n�o deixar que as legendas transformem as vagas do primeiro escal�o em "capitanias heredit�rias", que passam de um governo para outro, Dilma pretende fazer uma ampla troca de cadeiras na qual nem todos ficar�o onde est�o. O PT, hoje com 17 dos 39 minist�rios, poder� ter seu espa�o reduzido.
"N�o � o momento nem a hora de discutir nomes do pr�ximo governo. No tempo exato darei o nome e o perfil", afirmou a presidente nesta segunda-feira, 27, em entrevista ao Jornal da Record. "N�o vou discutir um ministro, mas um minist�rio."
Auxiliares de Dilma, por�m, d�o como certo o "rod�zio" dos partidos no comando de pastas, com prov�veis "compensa��es" em diretorias de estatais. Minist�rios como o dos Transportes, h� anos com o PR; Cidades, nas m�os do PP, Previd�ncia e Minas e Energia, dirigidos pelo PMDB, podem entrar nesse remanejamento.
O PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab dever� ganhar mais uma vaga na equipe, mantendo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa com Guilherme Afif Domingos. Apesar de filiado ao PSD, Afif entrou no governo, no ano passado, na cota de Dilma.
Na bolsa de apostas, o nome de Kassab � citado para ocupar o Minist�rio das Cidades, mas ele desconversa. "O PSD ser� governo, sim, mas n�o imp�s qualquer condi��o ao declarar apoio � presidente e a escolha de ministros � uma decis�o da presidente", disse Kassab, derrotado na disputa pelo Senado.
N�cleo duro
Na tentativa de driblar revoltas de aliados, que barrem vota��es importantes para o governo no Congresso, Dilma tamb�m quer reabilitar o chamado "n�cleo duro" do Planalto para discutir semanalmente as estrat�gias do governo, principalmente no campo pol�tico. O grupo foi criado no primeiro mandato do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em 2003, e Dilma chegou a participar dele como ministra da Casa Civil. Aos poucos, por�m, esse n�cleo foi dilu�do.
O desejo da presidente � resgatar o modelo de uma Casa Civil mais pol�tica, como no tempo do ent�o ministro Antonio Palocci - que caiu em 2011, no rastro do esc�ndalo da multiplica��o do patrim�nio -, acompanhado de um n�cleo que a assessore no dia a dia da rela��o com o Congresso. O grupo, por�m, seria agora composto por ministros mais pr�ximos dela, os chamados "dilmistas".
Embora o nome do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, seja mencionado nos bastidores como forte candidato ao Minist�rio da Fazenda, � prov�vel que ele permane�a no comando da Casa Civil como "capit�o" do time.
O ministro do Desenvolvimento Agr�rio, Miguel Rossetto, pode ser deslocado para a Secretaria-Geral da Presid�ncia, hoje ocupada por Gilberto Carvalho. Isolado no governo e homem da confian�a de Lula, Carvalho assegurou que n�o ficar� no segundo mandato de Dilma.Em conversas reservadas, ele tem dito que gostaria de ir para a Funai.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, ser� levado para o governo e ajudar� Dilma na articula��o pol�tica, mas ela ainda estuda qual a melhor pasta para acomodar o petista. "Se a presidente me chamar eu vou, mas s� digo que economia n�o � a minha praia", disse ele, negando especula��es de que possa ir para a Fazenda.
A senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) deve ir para o Minist�rio da Agricultura e Dilma pretende convidar, novamente, Josu� Gomes da Silva, da Coteminas, para o Minist�rio de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior.