
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta ter�a-feira, 28, que seja candidato a continuar no comando do Senado a partir de 2015. Nos bastidores, peemedebistas d�o como certa a candidatura de Renan Calheiros ficar mais dois anos � frente da Casa. A posi��o foi refor�ada ap�s a reelei��o da presidente Dilma Rousseff, de quem � aliado pol�tico.
"Eu, sinceramente, n�o sou candidato. J� fui tr�s vezes presidente do Senado Federal, n�s estamos concluindo essa obra e essa decis�o (sobre candidatura) � uma decis�o que ficar� para janeiro", afirmou. Ele disse que o PMDB, por ter eleito a maior bancada do Senado, conquistou, mais uma vez, a prerrogativa de indicar o nome para presidir a Casa.
Pela tradi��o, o partido com maior n�mero de senadores apresenta o nome para a Presid�ncia do Senado. "O candidato a presidente, do PMDB, que ganhou nas urnas de novo o direito de indicar o presidente, ele ser� escolhido pela bancada", destacou. Parlamentares da base aliada e da oposi��o consideram que Renan Calheiros s� n�o ser� presidente do Senado mais uma vez se ficar invi�vel, politicamente, pela dela��o premiada feita pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa. O nome do presidente do Congresso foi um dos citados na dela��o, que, entretanto, ainda n�o se tornou p�blica por estar sob segredo de Justi�a.
Reforma pol�tica
O presidente do Senado reafirmou sua prefer�ncia pelo referendo popular para a reforma pol�tica. A inten��o de Renan contrasta com a proposta apresentada pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), no discurso da vit�ria no domingo, que � favor�vel a se fazer um plebiscito para, em seguida, enviar ao Congresso uma reforma pol�tica.
Calheiros e outras lideran�as do PMDB do Senado e da C�mara j� haviam externado na segunda-feira, 27, sua defesa a favor da reforma por meio de referendo. "� uma quest�o t�cnica. Fazer um plebiscito, responder sim ou n�o, e depois o Congresso votar, � uma coisa que delonga. O referendo, n�o. Voc� vota a lei e depois referenda, pela sociedade", considerou.
Renan disse que a decis�o sobre o melhor modelo � uma discuss�o menor e o importante � fazer a reforma porque o modelo pol�tico atual est� "falido". "Eu sempre defendi o referendo, mas se � referendo ou plebiscito, � uma coisa t�cnica. O que conv�m mais para ouvir a sociedade de uma maneira precisa? Um plebiscito, perguntar sim ou n�o, ou votar uma lei e submet�-la � sociedade como n�s fizemos na proibi��o de venda de armas e muni��o? Esta � uma quest�o t�cnica e o Congresso depois decidir� qual o melhor caminho", afirmou.
O presidente do Senado criticou a C�mara por n�o votar os projetos que tratam do assunto aprovados pelos senadores. "O Senado, sobre reforma pol�tica, sempre esteve muito � vontade, porque o Senado j� votou algumas vezes a reforma pol�tica. Como n�s vivemos o bicameralismo no Brasil, essa mat�ria precisa tramitar nas duas Casas do Congresso. Lamentavelmente, s� tramitou no Senado", disse.
Uma das propostas aprovadas pelo Senado e encaminhadas para C�mara previa a redu��o de dois para um o n�mero de suplentes de senador e tamb�m proibia a presen�a de parentes na coliga��o para o Senado. Essa sugest�o est� parada na C�mara. Contudo, nem sempre o Senado levou adiante todas as propostas de reforma pol�tico-eleitoral. Em 2011, por exemplo, o Senado n�o quis tocar num assunto delicado: o fim da reelei��o. A Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da Casa rejeitou uma proposta que acaba com a reelei��o para cargos eletivos, a partir de um parecer do pr�prio Renan Calheiros.
Questionado sobre o "recado das urnas", diante da margem apertada de votos na reelei��o de Dilma, o presidente do Senado disse que o di�logo � "insubstitu�vel". "� preciso construir um governo de uni�o nacional e ele pode se estabelecer em cima de tr�s ou quatro pontos, que precisam ficar previamente estabelecidos.", disse.