Corrente do PT defende picha��o em sede de editora e prop�e Lei da M�dia Democr�tica

Uma corrente interna do Partido dos Trabalhadores (PT), chamada Articula��o de Esquerda, divulgou, no �ltimo dia 28, um documento, com 51 propostas para o pr�ximo mandato da presidente reeleita Dilma Rousseff. Entre as medidas defendidas pelo texto est� a cria��o do que eles chamam de Lei da M�dia Democr�tica, o que regularia, por exemplo, a��es de jornais de oposi��o ao governo, vistos como inimigos pelo partido.

“Defendemos que o Diret�rio Nacional do Partido dos Trabalhadores inicie a constru��o de um jornal di�rio de massas e de uma ag�ncia de not�cias, articulados a m�dias digitais (inclusive r�dio e TV web), com a��o permanente nas redes sociais, que sirvam de retaguarda e de instrumento do campo democr�tico-popular na batalha de ideias”, diz o item 28 do documento. A proposta seguinte vai ainda mais al�m e pede o relan�amento da campanha pela reforma pol�tica e “pela m�dia democr�tica, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avan�adas nestas �reas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional”.

O texto, divulgado no blog de Valter Pomar, ex-vice presidente nacional do PT entre 1997 e 2005 e integrante da Dire��o Nacional do partido, ainda est� “em debate, sujeito a emendas e corre��es”, mas pode influenciar o rumo dos debates internos do partido. Uma reuni�o com o Diret�rio Nacional da sigla est� marcada para os dias 28 e 29 de novembro e, no que depender das declara��es recentes da pr�pria Dilma Rousseff, uma regula��o do setor pode estar por vir. “Sou de uma �poca que vivi sob a ditadura e sei o valor da liberdade, mas como setor econ�mico, porque a m�dia n�o � s� setor cultural, vamos discutir uma regula��o, mas antes de fazer, vamos discutir muito”, afirmou a presidente, na �ltima ter�a-feira em entrevista ao SBT.

Em alguns momentos, o texto entra em contradi��o ao alegar preconceito por parte da “extrema-direta” e em seguida, dizer que o setor est� “empesteando o ambiente”. “N�o apenas nas redes sociais, mas ao vivo e em cores, a extrema-direita saiu do arm�rio, cresceu no parlamento e est� empesteando o ambiente com todos os preconceitos e atitudes violentas”, diz o item 20. J� no item seguinte, o grupo reclama da oposi��o quando ela diz que o pa�s est� dividido, sem lembrar que, matematicamente, a diferen�a de votos entre os dois candidatos foi de pouco mais que 3 milh�es de votos, em um quadro com 21,1% de absten��es, 1,71% de votos brancos e 4,63% de votos nulos.

Ao final do documento, o grupo chega a defender a picha��o e o lixo jogado em frente a sede da Editora Abril, dias ap�s uma das revistas do grupo publicar uma mat�ria onde o doleiro Youssef, r�u no processo que investiga corrup��o na Petrobras, afirma, em depoimento � Pol�cia Federal, que Dilma e Lula sabiam do esquema. “As picha��es e o lixo jogado em frente a sede da Editora Abril, embora tenham sido �teis � manipula��o midi�tica da direita, nada representam frente ao vandalismo brutal que o oligop�lio comete cotidianamente contra a democracia brasileira”.

O texto finaliza pedindo que o Estado fa�a uso do poder para “combater o crime organizado midi�tico”.