Apontado durante a campanha presidencial como o virtual “superministro” da infraestrutura ou chefe da Casa Civil no caso de vit�ria de A�cio Neves, o ex-governador e senador eleito por Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), assumir� em 2015 a miss�o de reorganizar a “tropa” tucana no Estado enquanto seu padrinho pol�tico atua no cen�rio nacional.
Se no Congresso ele dividir� os holofotes com um time de tucanos hist�ricos que formar�o a “tropa de elite” do partido no Senado - Jos� Serra, Tasso Jereissati, �lvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira -, em solo mineiro o ex-governador assumir� o protagonismo da oposi��o. Ele j� � apontado como candidato � prefeitura de Belo Horizonte em 2016. Um sinal do prest�gio de Anastasia e de seu peso pol�tico foi o volume que ele recebeu de doa��es na campanha pelo Senado: R$ 17,7 milh�es, o que lhe colocou no topo do ranking dos que mais arrecadaram.
A conquista da capital mineira � vista pelos aecistas como determinante para a retomada do poder no Estado, que a partir de janeiro ser� governado por Fernando Pimentel (PT) depois de 12 anos de hegemonia tucana.
“A�cio ter� o compromisso com a causa nacional e ser� o l�der das oposi��es. J� Anastasia ser� o principal l�der da oposi��o em Minas”, diz o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro. Essa tese tamb�m � advogada pela dire��o nacional do partido. “A�cio j� deu o recado de que vai cuidar do ambiente nacional. Vai se dedicar a fazer oposi��o ao governo federal”, afirma o deputado federal reeleito Bruno Ara�jo, presidente do PSDB pernambucano e membro da c�pula nacional tucana. Ele faz, por�m, uma ressalva. “Uma coisa n�o elimina a outra. O ambiente de oposi��o nacional depende essencialmente dele, mas Minas ser� sempre sua base.”
Reelei��o
Aclamado como l�der da oposi��o em seu retorno ao Senado, na semana passada, A�cio deixou claro para seus aliados que n�o pretende submergir em Minas nos pr�ximos quatro anos. Seu plano � reeleger-se presidente nacional do PSDB em 2015 e comandar a montagem dos palanques municipais para as elei��es do ano seguinte.
Durante os oito anos em que A�cio governou Minas - entre 2003 e 2010 - e nos quatro seguintes, Anastasia foi, ao lado da irm� do ex-presidenci�vel, Andrea Neves, quem deu as cartas nos bastidores do Pal�cio da Liberdade - e depois na Cidade Administrativa, sede oficial do governo mineiro, inaugurada em 2010. Andrea e Anastasia s�o as figuras que mais gozam da confian�a de A�cio, e tamb�m as que ele mais escuta na hora de tomar decis�es.
Com biografias, estilos e perfis diametralmente opostos, coincidem em um aspecto: a discri��o. Na engrenagem do governo mineiro, Anastasia era o respons�vel por fazer a m�quina andar, enquanto a Andrea cabia a opera��o pol�tica e de comunica��o, al�m do zelo pela imagem do irm�o.
Aliado
Eleito prefeito de Belo Horizonte em 2008 com o apoio do PT e do PSDB e reeleito em 2012, Marcio Lacerda (PSB) � apontado como um dos pilares no projeto de A�cio de recuperar territ�rio em Minas. A rela��o com o senador, que j� era boa, ficou institucionalmente bem resolvida ap�s PSB deixar a base da presidente Dilma Rousseff (PT) e se assumiu como oposi��o.