Bras�lia – Sil�ncio predominou ontem no n�cleo do governo federal ap�s a deflagra��o da nova etapa da Opera��o Lava a Jato, respons�vel pela pris�o de mais um ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, e diretores e presidentes de grandes empreiteiras brasileiras. A preocupa��o, contudo, � crescente. Ningu�m no entorno da presidente consegue mensurar os desdobramentos da opera��o, o que aumenta a ang�stia nos aliados de Dilma. “Dizer, hoje, o tamanho do estrago no Executivo, no Congresso e no setor privado � puro chute”, resume um interlocutor da presidente.
O que mais incomoda o governo � n�o ter controle quanto aos desdobramentos das pris�es de ontem. As empresas cujos executivos foram detidos ontem n�o t�m contratos apenas com a Petrobras. Atuam em diversas obras licitadas pelo governo federal – algumas at� no exterior.
Somado ao epis�dio de ontem, est� o total desconhecimento do Pal�cio do Planalto quanto ao real teor das dela��es premiadas feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. As pris�es de ontem s�o decorrentes de parte dos depoimentos que ambos concederam � Justi�a Federal, al�m dos executivos da Toyo Setal.
Mas h� uma parte consider�vel das informa��es que foi remetida ao Supremo Tribunal Federal, por envolver autoridades com foro privilegiado. Essa parte do inqu�rito est� sob an�lise do ministro Teori Zavascki, que ainda n�o informou quando apresentar� o relat�rio sobre o caso.
Press�es
Com as pris�es de ontem, as press�es para a apura��o do esc�ndalo envolvendo a Petrobras tendem a aumentar. Poucas horas depois de a Pol�cia Federal ter prendido o ex-diretor de Servi�os da estatal, Renato Duque, a oposi��o acusou o governo de ter blindado o dirigente nesta semana e argumentou que agora “mais do que nunca” a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) que apura irregularidades na estatal precisa convoc�-lo. De acordo com as investiga��es, Duque seria o operador do PT na Petrobras e a diretoria sob seu comando entre 2003 e 2012 repassaria parte dos contratos para o partido.
“A bancada do governo esvaziou a CPI para impedir a convoca��o de Duque. Agora mais do que nunca a CPI precisa cham�-lo”, defendeu o l�der do DEM na C�mara, deputado Mendon�a Filho (PE). “Ele foi preso e isso demonstra que est�vamos no caminho certo”, corroborou o deputado J�lio Delgado (PSB-MG), que � membro da comiss�o.
Na ter�a-feira, o presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do R�go (PMDB-PB), encerrou a reuni�o do colegiado sem colocar em vota��o os requerimentos para convocar Duque e o presidente licenciado da Transpetro, S�rgio Machado. A manobra gerou protestos dos oposicionistas, e parlamentares da base reconheceram que, sem a a��o de Vital, os requerimentos teriam sido aprovados.
Uma oitiva de Renato Duque agora no colegiado pode produzir poucos resultados. “Ele tamb�m pode entrar na dela��o premiada e acabar impedido de falar o que poderia falar”, diz o deputado Izalci (PSDB-DF), tamb�m integrante do colegiado. “Pode ser que ele n�o fale.” O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delator de um esquema de pagamento de propinas montado na petroleira a partidos pol�ticos aliados do Pal�cio do Planalto, chegou � comparecer � CPI Mista, mas se manteve em sil�ncio para n�o comprometer o acordo acertado com a Justi�a Federal.