O governo est� at�nito com a velocidade da Opera��o Lava Jato, que levou � pris�o presidentes de grandes empreiteiras e o ex-diretor de Servi�os da Petrobr�s Renato Duque, indicado para o cargo pelo ex-chefe da Casa Civil Jos� Dirceu, condenado no processo do mensal�o. A maior preocupa��o, agora, � com a blindagem da presidente Dilma Rousseff e com a extens�o do esc�ndalo, j� considerado no Pal�cio do Planalto como a pior crise pol�tica do governo petista desde a administra��o de Luiz In�cio Lula da Silva.
Na capital federal, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, foi avisado da megaopera��o pelo diretor-geral da PF, Leandro Daiello, �s 6h30 de ontem. Daiello acordou Cardozo. O chefe da PF disse ao ministro que a s�tima fase da Lava Jato seria avassaladora, atingindo doadores de campanha eleitoral e escancarando o esquema de corrup��o que assolou a Petrobr�s.
O esc�ndalo tem potencial explosivo porque ainda faltam aparecer os nomes dos pol�ticos envolvidos, justamente no momento em que Dilma prepara a montagem do Minist�rio do segundo mandato. At� agora, por�m, sabe-se que o esquema de desvio de dinheiro na Petrobr�s atinge expoentes dos principais partidos da base de sustenta��o do governo no Congresso, alvejando o PT, o PMDB e o PP, partidos j� citados nas dela��es premiadas do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
Auxiliares de Dilma tentavam ontem construir o discurso da blindagem e da conten��o de danos, segundo o qual foi a presidente quem iniciou as mudan�as na Petrobr�s, mandando demitir diretores corruptos. Na campanha e logo ap�s ser reeleita, Dilma afirmou que nunca engavetou investiga��es, que n�o compactua com a corrup��o e que apura��es desse porte s�o fundamentais para o Pa�s acabar com a impunidade, "doa a quem doer".
Na pr�tica, por�m, um clima de perplexidade tomou conta do Planalto e do Congresso. O cuidado no governo � para que a blindagem de Dilma n�o acabe jogando luzes sobre a gest�o de Lula, uma vez que tanto Duque como Costa foram nomeados na �poca em que ele era presidente.
A men��o na Lava Jato a Marice Corr�a Lima, cunhada de Jo�o Vaccari Neto, desgasta ainda mais o tesoureiro do PT, j� citado na investiga��o como intermediador dos recursos desviados da estatal para o partido. Marice teve mensagem eletr�nica interceptada indicando, segundo o Minist�rio P�blico Federal, que um representante da OAS mandou entregar a ela R$ 110 mil. Vaccari e Marice negam as acusa��es.