
O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, S�rgio Fernando Moro, pediu pressa na conclus�o do inqu�rito da s�tima fase da Opera��o Lava-Jato, apelidada de Ju�zo Final e que terminou na pris�o de ex-diretores da Petrobras e dos maiores empreiteiros do pa�s. A Pol�cia Federal quer um maior prazo para concluir os trabalhos, no entanto, o magistrado registrou que � necess�rio apertar o passo dos procedimentos. “Concedo prazo de mais 15 dias para a conclus�o do inqu�rito”, afirmou o juiz, em despacho anexado ao inqu�rito. Moro espera, por�m, que o tempo n�o exceda nada al�m disso. “Alerto que n�o haver� nova prorroga��o e � desej�vel que n�o seja utilizado todo o prazo”, concluiu.
O procurador da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal Carlos Fernando Lima j� havia adiantado � reportagem que oferecer� a den�ncia antes do Natal contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, as construtoras Camargo Corr�a, OAS, Mendes J�nior, Engevix e Galv�o Engenharia e seus executivos. Parte das empreiteiras mencionadas, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, mencionadas por Paulo Roberto Costa como integrantes do mesmo cartel, nega as acusa��es. Outras, como a Mendes J�nior e a Galv�o, confirmam o pagamento de propinas. Entretanto, alegam que s� fizeram por causa de extors�o feita pelo ex-diretor e pelo doleiro Alberto Youssef. O Minist�rio P�blico n�o aceita a justificativa. “N�o h� extors�o. H� corrup��o. Havia um cartel”, comentou o procurador Carlos Fernando.
A PF solicitou mais prazo para poder analisar o material apreendido em 14 de novembro nas resid�ncias e escrit�rios dos empreiteiros, dos operadores do esquema e de ex-funcion�rios da petroleira. De acordo com S�rgio Moro, j� existem “provas de materialidade de crimes e ind�cios de autoria em rela��o a v�rios dos investigados”.
Esquema Encoberto
Ao rejeitar o pedido de revoga��o da pris�o preventiva de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da empresa Engevix, que est� na carceragem da PF em Curitiba, Moro havia dito, no entanto, que as evid�ncias recolhidas durante as investiga��es sobre a Petrobras sugerem que o esquema de fraude em licita��o “vai muito al�m” da estatal. Segundo ele, grande parte do esquema criminoso ainda est� encoberto e, por isso, “a pris�o preventiva se imp�e a bem da ordem p�blica, para interromper e prevenir a continuidade da pr�tica de crimes graves contra a administra��o p�blica e de lavagem de dinheiro”.
Moro ainda classificou de “perturbadora” a tabela apreendida em mar�o com o doleiro e delator Alberto Youssef, com uma lista de cerca de 750 obras p�blicas de infraestrutura. Ali, constavam “a entidade p�blica contratante, a proposta, o valor e o cliente do referido operador, sendo este sempre uma empreiteira”.
LAVAGEM DE DINHEIRO O inqu�rito e a posterior den�ncia da fase chamada Ju�zo Final deve ser conclu�do at� 14 de dezembro. Atualmente, a Opera��o Lava-Jato � composta de dezenas de inqu�ritos e 10 a��es penais em andamento. O processo principal, que trata da lavagem de dinheiro utilizando como conex�o as empresas Camargo Corr�a, Sanko Sider e MO Consultoria, espera apresenta��o das alega��es finais dos r�us, entre eles, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef, o s�cio da Sanko Sider M�rcio Bonilho e os irm�os Leandro e Leonardo Meirelles.
O processo criminal que trata da destrui��o de provas por parte de familiares de Paulo Roberto Costa est� suspenso em raz�o da dela��o premiada do ex-diretor da estatal. Ap�s 15 de dezembro, o Minist�rio P�blico ter� que dizer se quer ouvir as filhas e genros dele.
A a��o penal mais adiantada, entre as n�o sentenciadas, se refere a v�rias opera��es de lavagem de dinheiro por meio do laborat�rio Labogen. Ele est� registrado em nome dos irm�os Meirelles, mas a pol�cia suspeita de que o verdadeiro dono � Alberto Youssef. Agora, falta apenas a senten�a do juiz S�rgio Moro.
Os dois processos com senten�as j� proferidas se referem � evas�o de divisas e tr�fico internacional de drogas. A doleira Nelma Kodama, que tentou sair do Brasil com 200 mil euros na calcinha, foi condenada a 18 anos de pris�o. J� Ren� Luiz Pereira, acusado de tr�fico de drogas, pegou 14 anos. Neste mesmo processo, Youssef foi absolvido. Os r�us est�o recorrendo.
