
Bras�lia – O sonho do PT de transformar a posse de reelei��o da presidente Dilma Rousseff em uma enorme festa popular pode ser abalado pelos protestos marcados para 1º de janeiro. Pelas redes sociais, alguns grupos se organizam para “mostrar que o pa�s tem oposi��o”. Em um dos eventos convocados pelo Facebook, o chamamento faz um apelo para que as pessoas compare�am �s ruas “para demonstrar que queremos que a investiga��o acerca do esc�ndalo recente da Petrobras seja acirrada e que estamos descontentes com tanta roubalheira e impunidade no Brasil”. A movimenta��o j� acendeu um alerta entre os integrantes do partido da presidente.
Outro evento publicado na rede destaca que a ideia � seguir os passos do PT quando n�o era governo. “A oposi��o que a milit�ncia do PT fez em toda sua hist�ria foi muito importante para a vit�ria do Lula em outras elei��es e da Dilma nesta elei��o. Eu proponho o mesmo. De hoje em diante, vamos fazer a oposi��o que eles sempre fizeram. Uma oposi��o constante, come�ando agora at� quando for necess�rio!”, ressalta. Respons�vel pela organiza��o dos �ltimos protestos contra a presidente em Bras�lia, o Vem para rua, Bras�lia j� come�ou a distribui��o de convites para a manifesta��o. O grupo, que desta vez se chamar� Vem para Bras�lia, Brasil, aposta nas �ltimas not�cias do esc�ndalo da Petrobras para atrair o maior n�mero de insatisfeitos poss�vel.
De acordo com um dos coordenadores do movimento, o advogado Matheus Sathler, a ideia � chamar aten��o dos governantes para mostrar que a popula��o n�o tolera mais corrup��o. “Vamos fazer uma oposi��o contundente, implac�vel diante de tantas mentiras, tanta corrup��o”, justificou. Na opini�o dele, � preciso enfatizar o poder da sociedade. “As pessoas est�o mais conscientizadas de que n�s somos respons�veis pelo nosso crescimento, pelas pol�ticas sociais. Defendemos um Estado m�nimo que n�o atrapalhe o cidad�o de vencer, de prosperar, e nem sustente, com o dinheiro da popula��o, o poder do governo e o poder de corrup��o.”
Sathler, no entanto, destaca que, por ser um feriado onde tradicionalmente as pessoas deixam a cidade, n�o vai ser f�cil arrastar uma multid�o. “Mas estamos com um planejamento de mobiliza��o forte. Nossa expectativa � de atrair pelo menos 5 mil pessoas”, explicou. H� protestos marcados para outras cidades do pa�s, como S�o Paulo.
Al�m de convidar os movimentos sociais para reafirmar o di�logo, o Partidos dos Trabalhadores tamb�m considera a presen�a dos apoiadores um forte ant�doto para abafar poss�veis protestos. Na reuni�o da bancada do partido da �ltima semana, parlamentares externaram essa inten��o. No encontro de uma das correntes do partido, a Construindo um novo Brasil, o tesoureiro da sigla, Jo�o Vaccari Neto, citado na Opera��o Lava-Jato, reconheceu que os esc�ndalos da Petrobras prejudicam o planejamento da festa para a posse.
RECEP��O A ideia � fazer uma recep��o semelhante � da posse do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em 2003. No 5º Congresso do PT, na �ltima quarta-feira, dirigentes e personalidades da sigla, como o ex-presidente Lula, endossaram uma convocat�ria para que os militantes ocupem as ruas da Esplanada e da Pra�a dos Tr�s Poderes, de prefer�ncia, vestidos com a cor do partido. No evento, o governador da Bahia, Jaques Wagner, disse que � preciso encher as ruas de Bras�lia com pessoas de camisa vermelha. “Temos ainda mais 30, 40, 50, 60 anos de contribui��o para aqueles que eram os eternos exclu�dos da nossa terra”, ressaltou o governador.
O presidente da legenda, Rui Falc�o, acrescentou que, apesar da dist�ncia, espera que as pessoas venham para a capital e fa�am uma grande festa, demonstrando for�a aos que querem enfraquecer a sigla. Integrantes do partido, no entanto, est�o cientes de que a tentativa da presidente de come�ar um novo governo com forte apoio popular n�o ser� f�cil.
Petistas ouvidos pela reportagem reconhecem que a sigla est� desgastada. Interlocutores do Planalto, entretanto, destacam que uma das melhores formas para combater o mau humor de setores que s�o contra o governo � se aliar �s bases que elegeram a presidente Dilma Rousseff. Na avalia��o deles, ao fazer quest�o da presen�a dos eleitores, a presidente tamb�m d� um aceno aos movimentos da juventude, das mulheres, dos negros, dos trabalhadores.