
O interesse dos eleitores brasileiros em acompanhar a atua��o dos deputados federais e os projetos em tramita��o na C�mara � hoje quase 10 vezes maior do que era no ano passado. Pelo menos � o que apontam os n�meros da Coordena��o de Participa��o Popular da Casa (CPP), respons�vel por estimular e medir as intera��es entre a sociedade e os pol�ticos. Os contatos via telefone ou internet passaram de 800 mil em 2013 para 7 milh�es este ano. A um m�s para terminar 2014, j� que os dados foram fechados at� o fim de novembro, o acr�scimo na procura j� � de 775%. Os temas que mais mobilizaram o interesse popular foram os direitos dos homossexuais, em discuss�o no Estatuto da Fam�lia, e a possibilidade de revoga��o do Estatuto do Desarmamento.
Mas o que fez bombar a intera��o este ano foi mesmo o projeto que traz o estatuto da fam�lia. A enquete no site da C�mara, perguntando se o internauta concorda com o conceito trazido na proposta – de que fam�lia � um n�cleo formado pela uni�o de um homem e uma mulher –, atraiu de fevereiro at� sexta-feira passada 4,4 milh�es de votos. A pol�mica com que � entendida a quest�o pode ser medida pela divis�o dos que opinaram. At� ent�o, 49,85% concordam com a defini��o de fam�lia restrita a casais heterossexuais e 49,84% discordam. O restante n�o opinou sobre o tema.
O projeto pode representar retrocesso para os direitos conquistados pelos homoafetivos em diversas decis�es judiciais, prejudicando at� mesmo a possibilidade de ado��o de crian�as pelos casais gays. Mesmo sendo de fevereiro, a mat�ria que introduz a enquete ainda � a mais acessada no portal. Somente em novembro, o assunto gerou 10.865 coment�rios. A segunda enquete mais procurada, com pouco mais de um milh�o de votos, � sobre a proposta que acaba com o aux�lio-reclus�o e cria um benef�cio para as v�timas dos crimes. Nesse caso, 95,05% dos internautas s�o favor�veis � proposta e 4,43% s�o contra. Nas redes sociais, a discuss�o sobre o fim do desarmamento foi a mais atraente, levando ao recorde de participa��es em um videochat sobre o tema no m�s passado.
CONSCI�NCIA CR�TICA
Para a diretora da CPP, Simone Ravazzolli, desde as manifesta��es de junho de 2013, o cidad�o tem mostrado mais consci�ncia cr�tica e vontade de acompanhar a a��o dos pol�ticos. “Eles est�o querendo participar mais, acompanhar o trabalho do Legislativo. As pessoas ligam para se manifestar a favor ou contra projetos, usam os v�rios canais de comunica��o, elas est�o acordando para essa participa��o”, afirma. De acordo com Simone, o maior volume de intera��es � via internet, por coment�rios feitos no site da C�mara ou participa��o de enquetes, mas tamb�m cresceu muito o interesse pelas redes sociais da Casa. O Twitter da C�mara tem 304 mil seguidores e o Facebook, mais 17,9 mil. “A gente recebe, inclusive, mensagens cobrando se a informa��o que eles deram foi passada aos parlamentares.”
Segundo Simone Ravazzolli, outro ind�cio de que o cidad�o est� acompanhando mais � a visualiza��o da TV C�mara. “Nos debates mais pol�micos, como o da LDO e o dos conselhos de participa��o social, h� sempre um pico de audi�ncia. Isso nos mostra claramente que as pessoas est�o sintonizando para acompanhar o trabalho de plen�rio. E isso aparece no que elas escrevem nas redes sociais”, afirma. Para intensificar ainda mais a participa��o, a CPP pretende nas pr�ximas semanas criar uma p�gina para concentrar todos os canais de intera��o.
Como participar
Acesse o site da C�mara (www.camara.leg.br) e v� no link “participe”. Nele, est�o dispon�veis servi�os para falar com a Casa ou com os deputados, bate-papo, enquetes, contato com a ouvidoria e at� mesmo um espa�o para instruir o eleitor sobre como apresentar projetos de lei de iniciativa popular. Nas mat�rias sobre os projetos em tramita��o, tamb�m h� espa�o para os coment�rios.
Nas redes sociais, a C�mara dos Deputados tem perfis no Twitter e no Facebook, nos quais tamb�m � poss�vel acompanhar as discuss�es.
Pelo telefone, � s� ligar no Disque C�mara: 0800 619-619
