Rio - A presidente da Petrobras, Gra�a Foster, afirmou nesta quarta-feira que havia sido avisada de que a funcion�ria Venina Velosa da Fonseca procuraria a imprensa em retalia��o � decis�o da empresa de afast�-la do cargo. Venina era chefe do escrit�rio da Petrobras em Cingapura e foi afastada do cargo pela comiss�o interna que apura desvios de recurso.
"Em 2009, Venina teve uma briga com o Paulo Roberto (ex-diretor de Abastecimento). N�o sei o porqu�. Quando ela conversou comigo sobre a �rea
Gra�a destacou a aproxima��o de Venina com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator na Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal. "Eles trabalharam juntos por anos", afirmou.
J� em outubro de 2011, relatou Gra�a, Venina enviou novo e-mail falando de esquartejamento de projeto. "N�o sei o que � esquartejamento de projeto. De novo levei o assunto para o Paulo Roberto e disse: a Venina se ressente e diz em inefici�ncia. Eu era diretora e o Gabrielli, presidente. Como presidente da Petrobras, depois, ela mandou e-mail e eu enviei para o jur�dico, para que fossem feitas as a��es cab�veis. N�s diretores sabemos o que vai para a reuni�o de diretoria. N�o tenho como saber a outra parte", disse a presidente da Petrobras.
Gra�a informou que, com comiss�es internas que apuram desvios de recursos na Refinaria Abreu e Lima e no Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj), 12 funcion�rios perderam cargos de confian�a. Nenhum deles foi exonerado. "N�o se trata de a��o sobre a Venina. V�rios colegas nossos perderam as posi��es. Aqui a investiga��o s� come�ou", afirmou.
Depoimento
A executiva afirmou ainda que a Lava Jato "adentrou" a Petrobras e influenciou a rotina da empresa. "Sabemos que o trabalho da Pol�cia Federal est� ensinando muito � Petrobras", disse.
Gra�a ressaltou ainda que, em 8 de outubro, teve acesso ao depoimento de Costa, quando "tomou ar de realidade" as den�ncias de corrup��o na empresa.
Segundo a presidente da Petrobras, a partir das dela��es, a diretoria foi obrigada a aceitar a conviv�ncia com "palavras" que, at� ent�o, queria negar. Entre as palavras, enumerou: "carteliza��o, pre�o excedente e recebimento de propina".
Gra�a falou tamb�m dos efeitos da Lava Jato nas finan�as da companhia, destacando que pela primeira vez na hist�ria o balan�o n�o foi auditado. Ela atribuiu a decis�o de n�o divulgar o balan�o do terceiro trimestre deste ano �s den�ncias feitas por Costa, mas tamb�m a "cal�nias".
"Consideramos prudente que o balan�o n�o fosse apresentado ainda, porque existe um conjunto de informa��es que n�o est�o prontas para serem apresentadas � sociedade", afirmou. Segundo ela, novas dela��es podem representar novas baixas nos ativos. Assim, segundo Gra�a, a empresa seria obrigada a revisar o resultado.