
Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff faz nesta ter�a-feira a primeira reuni�o ministerial do segundo mandato, com um cen�rio muito diferente de 2011, quando debutou no Planalto. Ao contr�rio do encontro que comandou h� quatro anos, em 14 de janeiro, o clima n�o ser� de otimismo, devido ao an�ncio de medidas impopulares (veja quadro) e os problemas decorrentes da crise h�drica em algumas unidades da Federa��o. � mesa com os 39 ministros, a petista vai expor a preocupa��o com as contas do pa�s e enfatizar� o recado para os subordinados “gastarem menos e fazerem mais”.
Em vez do Sal�o Oval do Planalto, tradicionalmente usado para esses encontros, a presidente organizou a reuni�o na Granja do Torto. O local, mais reservado, foi o mesmo usado por Dilma para a reuni�o ministerial feita ap�s as manifesta��es de junho de 2013. O evento de hoje est� previsto para come�ar �s 16h, e h� a expectativa de que algum representante do governo rompa o sil�ncio da presidente. Ela n�o fala com a imprensa desde 22 de dezembro. O �nico evento p�blico do qual ela participou desde 1° de janeiro foi a posse do presidente da Bol�via, Evo Morales, no dia 22. Na ocasi�o, ela n�o discursou nem falou com a imprensa.
Nessa segunda-feira (26), a presidente e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fecharam os detalhes do que ser� abordado nesta ter�a-feira. Al�m de Levy, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, tamb�m esteve no Pal�cio do Planalto. As reuni�es foram chamadas �s pressas e complicaram a agenda dos ministros. Uma das pastas que mais sofre com o corte de gastos, o Minist�rio das Rela��es Exteriores seria tema de uma audi�ncia entre Barbosa e o titular do Itamaraty, Mauro Vieira. Devido ao chamado de Dilma, a discuss�o sobre as d�vidas do Minist�rio das Rela��es Exteriores sofreu grande atraso. A prioridade do governo � unificar os discursos para enfrentar o ano, que promete ser um dos piores sob o comando do PT. Al�m da perspectiva de baixo crescimento e da necessidade de anunciar medidas de impacto direto no bolso do cidad�o, Dilma enfrenta um racha na base governista �s v�speras da elei��o que definir� a presid�ncia das duas Casas do Congresso.
Com esse progn�stico em m�os, o titular da �rea econ�mica e a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, far�o apresenta��es ao lado de Dilma. Campello ficou respons�vel por expor as conquistas do pa�s no combate � mis�ria. A ideia � mostrar que, mesmo com um quadro econ�mico dif�cil, o setor social n�o pode ser escanteado. “O setor social dever� ser preservado. A presidente tamb�m preza muito pela manuten��o de programas como o Minha Casa, Minha Vida e pela pol�tica de incentivo � ind�stria nacional. O pr�prio ministro Armando Monteiro (PTB), do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, tem defendido as empresas e a produ��o nacional”, ressalta o l�der do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF).
Os deveres de cada ministro na reuni�o foram tratados diretamente com a presidente ou com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O recado � mirar no super�vit de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e de 2% para os pr�ximos dois anos. Os integrantes da Esplanada foram orientados a tra�ar prioridades de projetos e programas, sem impacto na �rea social.
Crise h�drica
Outro tema que ser� abordado no encontro � a crise da falta de �gua na Regi�o Sudeste. A maior estiagem j� registrada desde que a s�rie hist�rica passou a ser feita, em 1930, foi discutida por representantes de oito minist�rios, al�m da pr�pria presidente, no Planalto. O assunto � importante porque, al�m de impactar a vida dos cidad�os, causa preju�zos nas contas do pa�s. A irriga��o das planta��es – representadas pela fatia da agricultura no PIB – tem preocupado o governo. Ao fim da reuni�o com a presidente, na sexta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, pediu aos brasileiros que reduzam o consumo de �gua.
Tesourada palaciana
Confira as principais medidas com impacto econ�mico adotadas nos �ltimos dias pela presidente Dilma Rousseff
Altera��o na LDO
A primeira medida que a nova equipe econ�mica, montada para guiar o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, tra�ou foi uma mudan�a na meta do super�vit prim�rio. Com isso, o governo ganhou flexibilidade para administrar a meta do que deve ser economizado.
Seguro-desemprego
O governo decidiu fazer altera��es no seguro-desemprego, no abono salarial e na pens�o por morte. A decis�o, segundo os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Nelson Barbosa, do Planejamento, acarreta na economia de R$ 18 bilh�es em 2015 – ou 0,3% do Produto Interno Bruto.
Corte or�ament�rio
No fim da primeira semana do segundo mandato, o governo publicou, no Di�rio Oficial da Uni�o, um decreto para regulamentar a execu��o do Or�amento. Enquanto a Lei Or�ament�ria n�o � aprovada, o texto estabeleceu o limite de gastos dos minist�rios em um dezoito avos do previsto no projeto.
Pacote de ajuste fiscal
No dia 19, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou um conjunto de quatro medidas para ajustar as contas p�blicas, “com o menor sacrif�cio poss�vel”. O pacote incluiu aumento de tributos sobre combust�veis, produtos importados e opera��es de cr�dito.